História Do Riso E Do Escárnio

O riso é um caso muito sério para ser deixado para os cômicos. É por isso que, desde Aristóteles, hordas de filósofos, de historiadores, de psicólogos, de sociólogos e de médicos, que não são nada bobos, encarregaram-se do assunto.

As publicações sobre o riso contam-se aos milhares, o que nos dispensa de estabelecer uma bibliografia, porque ela seria ora ofensivamente seletiva, ora interminável.
Nos dez últimos anos, o interesse pelo riso atingiu o auge, e isso em todas as disciplinas. Para nos atermos a História, não se passa uma semana sem que um livro, um artigo, um programa de rádio, um colóquio ou uma conferência trate do riso nessa ou naquela época, nesse ou naquele meio. Na França, por exemplo, a associação Corhum (Pesquisas sobre o Cômico, o Riso e o Humor), criada em 1987, organiza regularmente jornadas de estudo sobre o assunto e colóquios, dentre os quais o mais recente ocorreu em Besançon de 29 de junho a 1º de julho de 2000, tendo por tema “Dois mil anos de riso.
Permanência e modernidade”; a associação publica a revista semestral Humoresques. Nos Estados Unidos, o jornal interdisciplinar Humor: International Journal of Humor Research preenche a mesma função e, no mundo inteiro, conhecemos publicações similares.
Esse interesse pelo riso não deveria surpreender. De fato, estamos imersos em uma “sociedade humorística”, como bem analisou Gilles Lipovetsky, em 1983, em A era do vazio. Uma sociedade que se quer cool e fun, amavelmente malandra, em que os meios de comunicação difundem modelos descontraídos, heróis cheios de humor e em que se levar a sério é falta de correção. O riso é onipresente na publicidade, nos jornais, nas transmissões televisivas e, contudo, raramente é encontrado na rua. Elogiamos seus méritos, suas virtudes terapêuticas, sua força corrosiva diante dos integrismos e dos fanatismos e, entretanto, mal conseguimos delimitá-lo.
Alternadamente agressivo, sarcástico, escarnecedor, amigável, sardônico, angélico, tomando as formas da ironia, do humor, do burlesco, do grotesco, ele é multiforme, ambivalente, ambíguo.

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O riso é um caso muito sério para ser deixado para os cômicos. É por isso que, desde Aristóteles, hordas de filósofos, de historiadores, de psicólogos, de sociólogos e de médicos, que não são nada bobos, encarregaram-se do assunto. As publicações sobre o riso contam-se aos milhares, o que nos dispensa de estabelecer uma bibliografia, porque ela seria ora ofensivamente seletiva, ora interminável.
Nos dez últimos anos, o interesse pelo riso atingiu o auge, e isso em todas as disciplinas. Para nos atermos a História, não se passa uma semana sem que um livro, um artigo, um programa de rádio, um colóquio ou uma conferência trate do riso nessa ou naquela época, nesse ou naquele meio. Na França, por exemplo, a associação Corhum (Pesquisas sobre o Cômico, o Riso e o Humor), criada em 1987, organiza regularmente jornadas de estudo sobre o assunto e colóquios, dentre os quais o mais recente ocorreu em Besançon de 29 de junho a 1º de julho de 2000, tendo por tema “Dois mil anos de riso.
Permanência e modernidade”; a associação publica a revista semestral Humoresques. Nos Estados Unidos, o jornal interdisciplinar Humor: International Journal of Humor Research preenche a mesma função e, no mundo inteiro, conhecemos publicações similares.
Esse interesse pelo riso não deveria surpreender. De fato, estamos imersos em uma “sociedade humorística”, como bem analisou Gilles Lipovetsky, em 1983, em A era do vazio. Uma sociedade que se quer cool e fun, amavelmente malandra, em que os meios de comunicação difundem modelos descontraídos, heróis cheios de humor e em que se levar a sério é falta de correção. O riso é onipresente na publicidade, nos jornais, nas transmissões televisivas e, contudo, raramente é encontrado na rua. Elogiamos seus méritos, suas virtudes terapêuticas, sua força corrosiva diante dos integrismos e dos fanatismos e, entretanto, mal conseguimos delimitá-lo.
Alternadamente agressivo, sarcástico, escarnecedor, amigável, sardônico, angélico, tomando as formas da ironia, do humor, do burlesco, do grotesco, ele é multiforme, ambivalente, ambíguo.

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