A Mosca Azul

A mosca azul é uma obra de impacto. No Palácio do Planalto, Frei Betto ocupou, em 2003 e 2004, as funções de Assessor Especial do Presidente da República e coordenador da Mobilização Social do programa Fome Zero.


Aqui ele partilha com o leitor observações e reflexões de quem esteve dentro da esfera do poder. Numa narrativa lúcida, crítica e abrangente, rememora o processo social que levou Lula à presidência em 2002.
A partir de sua atuação política e social nas últimas décadas, o autor analisa a crise do regime democrático em tempos de neoliberalismo. À luz de Platão e Aristóteles, Maquiavel e Montaigne, Marx e Max Weber, Robert Michels e Hanna Arendt, e tantos outros, ele contextualiza, histórica e teoricamente, a crise da esquerda brasileira.
Escrita em linguagem clara, desprovida de academicismos e, por vezes, impregnada de poesia, A mosca azul convida o leitor a aprofundar sua visão dos fatores que levaram ao impasse um governo eleito para operar mudanças substanciais e refletir sobre a maior de todas as tentações do ser humano: o poder.
Em A Mosca Azul, frei Betto se impôs a rude e ousada tarefa de – mantendo-se fiel à amizade de mais de 30 anos com Lula – fazer as esperadas críticas. Algumas delas, de uma rascante sobriedade: “Lula teve, nos primeiros meses do seu governo, poder suficiente para promover a Reforma Agrária e a auditoria da dívida pública.
Não soube aproveitá-lo. Ou então, falando da positiva atuação de Lula como líder sindical, em que comprovou que seria possível “inserir-se numa estrutura viciada sem se deixar cooptar por ela”, mostra que não conseguiu o mesmo resultado no governo: “A máquina do Estado, azeitada pelos interesses das elites, refreou-lhe ideias e aspirações”.
Mas a reflexão mais aguda é feita com o suporte que lhe fornece Maquiavel, para quem os grandes, quando não conseguem resistir ao povo, tratariam de encontrar no meio dele um “ascendente”, constituindo-o “príncipe, a fim de poderem, à sombra de sua autoridade, continuar a satisfazer seus desejos ambiciosos”.
E a crítica, desolada, vem na forma de uma angustiada pergunta: “Teria sido Lula esse ‘ascendente’ na ótica da parcela da elite brasileira que lhe deu apoio?
Raramente poder-se-ia pensar num dilaceramento maior: essa acuidade crítica não fez o autor retirar seu apoio ao líder petista. E é nessa postura, tendida ao extremo, que A Mosca Azul há de ser encarado.

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A mosca azul é uma obra de impacto. No Palácio do Planalto, Frei Betto ocupou, em 2003 e 2004, as funções de Assessor Especial do Presidente da República e coordenador da Mobilização Social do programa Fome Zero.
Aqui ele partilha com o leitor observações e reflexões de quem esteve dentro da esfera do poder. Numa narrativa lúcida, crítica e abrangente, rememora o processo social que levou Lula à presidência em 2002.
A partir de sua atuação política e social nas últimas décadas, o autor analisa a crise do regime democrático em tempos de neoliberalismo. À luz de Platão e Aristóteles, Maquiavel e Montaigne, Marx e Max Weber, Robert Michels e Hanna Arendt, e tantos outros, ele contextualiza, histórica e teoricamente, a crise da esquerda brasileira.
Escrita em linguagem clara, desprovida de academicismos e, por vezes, impregnada de poesia, A mosca azul convida o leitor a aprofundar sua visão dos fatores que levaram ao impasse um governo eleito para operar mudanças substanciais e refletir sobre a maior de todas as tentações do ser humano: o poder.
Em A Mosca Azul, frei Betto se impôs a rude e ousada tarefa de – mantendo-se fiel à amizade de mais de 30 anos com Lula – fazer as esperadas críticas. Algumas delas, de uma rascante sobriedade: “Lula teve, nos primeiros meses do seu governo, poder suficiente para promover a Reforma Agrária e a auditoria da dívida pública.
Não soube aproveitá-lo. Ou então, falando da positiva atuação de Lula como líder sindical, em que comprovou que seria possível “inserir-se numa estrutura viciada sem se deixar cooptar por ela”, mostra que não conseguiu o mesmo resultado no governo: “A máquina do Estado, azeitada pelos interesses das elites, refreou-lhe ideias e aspirações”.
Mas a reflexão mais aguda é feita com o suporte que lhe fornece Maquiavel, para quem os grandes, quando não conseguem resistir ao povo, tratariam de encontrar no meio dele um “ascendente”, constituindo-o “príncipe, a fim de poderem, à sombra de sua autoridade, continuar a satisfazer seus desejos ambiciosos”.
E a crítica, desolada, vem na forma de uma angustiada pergunta: “Teria sido Lula esse ‘ascendente’ na ótica da parcela da elite brasileira que lhe deu apoio?
Raramente poder-se-ia pensar num dilaceramento maior: essa acuidade crítica não fez o autor retirar seu apoio ao líder petista. E é nessa postura, tendida ao extremo, que A Mosca Azul há de ser encarado.

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