O Leopardo

Giuseppe Tomasi Di Lampedusa – O Leopardo

O Leopardo, de Giu­sep­pe Tomasi di Lam­pedusa (1896-1957), é um dos mais importantes romances da Itália. Não deixa de surpreender que tenha se tornado best seller e suas frases, principalmente “se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude”, tenham caído no linguajar popular.


Em maio de 1956, Lucio Piccolo envia quatro capítulos ao conde Federico Federici, editor da Monda­do­ri. A editora decide não publicá-lo, com uma desculpa esfarrapada. Na verdade, o escritor siciliano Elio Vit­torini, conselheiro da editora e integrante da esquerda, avaliou o romance como “antiquado” e “reacionário”.

Lampedusa retomou a obra e acrescentou novas histórias, notadamente sobre o palácio de Donnafu­ga­ta. Ele ditava e Francesco Orlando da­tilografava. Ao amigo Guido La­jo­lo, que seguia morando no Brasil, o es­critor se dizia satisfeito com os “mé­ritos do livro”.

Explicou que o romance era “irônico, amargo” e não lhe faltava “malícia”. Advertia que era necessário “lê-lo com grande atenção porque havia sopesado cada palavra e todos os episódios têm um sentido oculto”. Informou que, além das “recordações pessoais”, a descrição de alguns lugares era “absolutamente autêntica”.

À espera de editora para O Leopardo, Lampedusa escreve contos, como “A felicidade e a lei” e “O senador e a sereia” — que figuram no livro “O Senador e a Sereia”, de Lampedusa, Editora L&PM, 141 páginas, tradução de José Antonio Pinheiro Machado. Depois, em 1957, escreve o primeiro capítulo do romance “Os Gatinhos Cegos”.

No mesmo ano, acrescenta capítulos a O Leopardo e faz uma revisão completa dos originais. O livreiro Fausto Flaccovio envia o romance mais uma vez para Elio Vittorini, diretor da editora Einaudi. E um analisando da psicanalista Licy manda uma cópia para a gente literária Elena Croce, filha do filósofo Benedetto Croce.

Elio Vittorini, “um profeta do neorrealismo e da experimentação”, rejeitou O Leopardo pela segunda vez, por considerar o romance como “reacionário” e “regressivo”. O escritor não soube entender que o que parecia defeito, o caráter antiquado da história — dada a decadência da nobreza e a ascensão da burguesia, com aquela precisando desta, pelo dinheiro, e esta precisando daquela, pelo caráter aristocrático —, era, na verdade, virtude.

Eram forma e conteúdo em profunda conexão. Até o estilo ensaístico, hoje visto como moderno, chocou o marxista Elio Vittorini. O pior crítico não é o que critica duramente uma obra, e sim o que não a compreende.

No início de março de 1958, Giorgio Giargia telefona para Licy e informa que a editora Feltrinelli (cujo editor era ligado ao guerrilheiro brasileiro Carlos Marighella) havia decidido publicar O Leopardo.

O escritor Giorgio Bassani, seguindo indicação de Elena Croce, havia lido e apreciado o romance: “Desde a primeira página, me dei conta de que me encontrava ante a obra de um verdadeiro escritor. Ao avançar, estava convencido que o verdadeiro escritor também era um verdadeiro poeta”.

http://livrandante.com.br/contribuicao/caneca-magica-mae-e-bebe-leitoras-preta/

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O Leopardo, de Giu­sep­pe Tomasi di Lam­pedusa (1896-1957), é um dos mais importantes romances da Itália. Não deixa de surpreender que tenha se tornado best seller e suas frases, principalmente “se quisermos que tudo continue como está, é preciso que tudo mude”, tenham caído no linguajar popular.


Em maio de 1956, Lucio Piccolo envia quatro capítulos ao conde Federico Federici, editor da Monda­do­ri. A editora decide não publicá-lo, com uma desculpa esfarrapada. Na verdade, o escritor siciliano Elio Vit­torini, conselheiro da editora e integrante da esquerda, avaliou o romance como “antiquado” e “reacionário”.

Lampedusa retomou a obra e acrescentou novas histórias, notadamente sobre o palácio de Donnafu­ga­ta. Ele ditava e Francesco Orlando da­tilografava. Ao amigo Guido La­jo­lo, que seguia morando no Brasil, o es­critor se dizia satisfeito com os “mé­ritos do livro”.

Explicou que o romance era “irônico, amargo” e não lhe faltava “malícia”. Advertia que era necessário “lê-lo com grande atenção porque havia sopesado cada palavra e todos os episódios têm um sentido oculto”. Informou que, além das “recordações pessoais”, a descrição de alguns lugares era “absolutamente autêntica”.

À espera de editora para O Leopardo, Lampedusa escreve contos, como “A felicidade e a lei” e “O senador e a sereia” — que figuram no livro “O Senador e a Sereia”, de Lampedusa, Editora L&PM, 141 páginas, tradução de José Antonio Pinheiro Machado. Depois, em 1957, escreve o primeiro capítulo do romance “Os Gatinhos Cegos”.

No mesmo ano, acrescenta capítulos a O Leopardo e faz uma revisão completa dos originais. O livreiro Fausto Flaccovio envia o romance mais uma vez para Elio Vittorini, diretor da editora Einaudi. E um analisando da psicanalista Licy manda uma cópia para a gente literária Elena Croce, filha do filósofo Benedetto Croce.

Elio Vittorini, “um profeta do neorrealismo e da experimentação”, rejeitou O Leopardo pela segunda vez, por considerar o romance como “reacionário” e “regressivo”. O escritor não soube entender que o que parecia defeito, o caráter antiquado da história — dada a decadência da nobreza e a ascensão da burguesia, com aquela precisando desta, pelo dinheiro, e esta precisando daquela, pelo caráter aristocrático —, era, na verdade, virtude.

Eram forma e conteúdo em profunda conexão. Até o estilo ensaístico, hoje visto como moderno, chocou o marxista Elio Vittorini. O pior crítico não é o que critica duramente uma obra, e sim o que não a compreende.

No início de março de 1958, Giorgio Giargia telefona para Licy e informa que a editora Feltrinelli (cujo editor era ligado ao guerrilheiro brasileiro Carlos Marighella) havia decidido publicar O Leopardo.

O escritor Giorgio Bassani, seguindo indicação de Elena Croce, havia lido e apreciado o romance: “Desde a primeira página, me dei conta de que me encontrava ante a obra de um verdadeiro escritor. Ao avançar, estava convencido que o verdadeiro escritor também era um verdadeiro poeta”.

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