Memória Histórica Da Capitania De São Paulo

A busca de um corpus para o trabalho que deu origem a este livro, que se iniciou no Arquivo Público do Estado de São Paulo no ano de 2004, estava bem direcionada e deveria atender ao seguinte requisito: um documento do século XVIII

, porque dois anos e meio de iniciação científica haviam mostrado que esse século representara um campo histórico e linguístico muito produtivo, na confluência de um interesse pelo conteúdo histórico e por ricos dados linguísticos.
Pesquisando o livro de registros do Arquivo, o título de um documento chamou a atenção: Memória Histórica da Capitania de São Paulo e todos os seus memoráveis sucessos desde o anno de 1531 thé o prezente de 1796, por situar-se justamente em fins do século XVIII e compreender dados da história de São Paulo, cidade atualmente reconhecida como importante núcleo de atividades intelectuais, políticas e econômicas, mas que até o século XVIII ocupou uma posição quase insignificante na colônia portuguesa, situação acarretada pela distância do litoral, pelo isolamento comercial e pela carência de uma atividade econômica lucrativa. Situação que levou o autor da obra, tomado pelo orgulho de ser paulista e indignado com as informações de alguns escritores estrangeiros, “particularmente espanhóis”, que procuravam denegrir o valor dos seus antepassados, a empreender uma busca de informações referentes à história da Capitania de São Paulo como forma de resgatar a memória dos paulistas, exaltando suas conquistas, sua coragem e seu valor, usando-a como arma de defesa de sua pátria e de instrução dos naturais, porque a memória, segundo Le Goff, “[...] é o elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva [...]” e que “[...] procura salvar o passado para servir o presente e o futuro.”
Diante de um documento como esse, com relevantes dados a respeito dos mais variados campos do saber, a atuação do filólogo faz-se necessária e imprescindível, porque a função desse estudioso é justamente “[...] concentrar-se no texto, para explicá-lo, restituí-lo à sua genuinidade e prepará-lo para ser publicado [...] tornando-o inteligível em toda a sua extensão e em todos os seus pormenores [...]”.
Dessa forma, o presente trabalho, através da edição semi diplomática do manuscrito – oferecendo ao leitor um texto seguro, provido de esclarecimentos e informações importantes que lhe possibilitem avaliar os critérios de transcrição e entender o texto em todos os seus pormenores – também pretende resgatar fatos importantes e obscuros do passado histórico, cultural e linguístico brasileiro, pois o manuscrito, pela sua própria natureza, permite explorar não só o texto em si, mas também a sociedade que o produziu.

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Pesquisando o livro de registros do Arquivo, o título de um documento chamou a atenção: Memória Histórica da Capitania de São Paulo e todos os seus memoráveis sucessos desde o anno de 1531 thé o prezente de 1796, por situar-se justamente em fins do século XVIII e compreender dados da história de São Paulo, cidade atualmente reconhecida como importante núcleo de atividades intelectuais, políticas e econômicas, mas que até o século XVIII ocupou uma posição quase insignificante na colônia portuguesa, situação acarretada pela distância do litoral, pelo isolamento comercial e pela carência de uma atividade econômica lucrativa. Situação que levou o autor da obra, tomado pelo orgulho de ser paulista e indignado com as informações de alguns escritores estrangeiros, “particularmente espanhóis”, que procuravam denegrir o valor dos seus antepassados, a empreender uma busca de informações referentes à história da Capitania de São Paulo como forma de resgatar a memória dos paulistas, exaltando suas conquistas, sua coragem e seu valor, usando-a como arma de defesa de sua pátria e de instrução dos naturais, porque a memória, segundo Le Goff, “[…] é o elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva […]” e que “[…] procura salvar o passado para servir o presente e o futuro.”
Diante de um documento como esse, com relevantes dados a respeito dos mais variados campos do saber, a atuação do filólogo faz-se necessária e imprescindível, porque a função desse estudioso é justamente “[…] concentrar-se no texto, para explicá-lo, restituí-lo à sua genuinidade e prepará-lo para ser publicado […] tornando-o inteligível em toda a sua extensão e em todos os seus pormenores […]”.
Dessa forma, o presente trabalho, através da edição semi diplomática do manuscrito – oferecendo ao leitor um texto seguro, provido de esclarecimentos e informações importantes que lhe possibilitem avaliar os critérios de transcrição e entender o texto em todos os seus pormenores – também pretende resgatar fatos importantes e obscuros do passado histórico, cultural e linguístico brasileiro, pois o manuscrito, pela sua própria natureza, permite explorar não só o texto em si, mas também a sociedade que o produziu.

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