Teoria E Crítica Do Discurso Noticioso

Neste trabalho, pretende-se abordar a relação entre o jornalismo e a construção social da realidade, de acordo com uma teoria integrada dos processos cognitivos, discursivos e comunicacionais.

Para esse efeito, recorre-se a uma tentativa de estabelecimento de pontos de convergência teóricos e metodológicos entre dois campos.
Por um lado, recorre-se às abordagens que, sob influência da fenomenologia, analisam os processos de construção de sentido no mundo da vida (traduzindo-se metodologicamente no estudo de enquadramentos, tipificações e scripts), pondo em marcha uma teoria da comunicação aplicada aos media jornalísticos.
Por outro, considera-se a relevância do contributo da análise crítica do discurso, a qual entende a linguagem como uma prática cujas manifestações concretas ao nível simbólico podem ser analisadas estruturalmente no plano das suas relações com fenômenos e dinâmicas políticas, sociais e culturais como sejam a exclusão, a inclusão e o poder.
A palavra “crítica” tem duas conotações: remete, por um lado, para uma tradição das Humanidades e da Filosofia que rejeita o positivismo como uma análise empírica dos fenômenos como fatos sobre os quais os sujeitos não têm qualquer possibilidade de intervenção nomeadamente no sentido de uma prática normativa; por outro lado, remete para um conhecimento do jornalismo e da notícia que não se limita às suas evidências nomeadamente as que resultam da sua aplicação técnica.
Para exemplificar a aplicação deste ponto de vista utilizam-se estudos de caso relacionados com a representação jornalística de fenômenos de relacionamento com o outro, nomeadamente manifestações de racismo, xenofobia e estigmatização das minorias.
Os casos em análise dizem respeito a alguns episódios recentemente verificados em Portugal que indiciam um aumento deste tipo de fenômenos. Entre os episódios referidos contam-se a alegada existência de um assalto coletivo perpetrado por 500 jovens africanos na Praia de Carcavelos em 2005, noticiado pelos media, e posteriormente desmentido pela polícia num contexto de polêmica acentuada.
Na investigação desenvolvida em torno deste caso, as representações mediáticas das identidades são um eixo que estrutura a pesquisa.
Não são o eixo central do problema que se joga neste ensaio. Aqui apenas funciona como um elemento de teste às potencialidades de uma Teoria da Notícia que tenha em conta as dimensões social, discursiva e cognitiva.

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Neste trabalho, pretende-se abordar a relação entre o jornalismo e a construção social da realidade, de acordo com uma teoria integrada dos processos cognitivos, discursivos e comunicacionais. Para esse efeito, recorre-se a uma tentativa de estabelecimento de pontos de convergência teóricos e metodológicos entre dois campos.
Por um lado, recorre-se às abordagens que, sob influência da fenomenologia, analisam os processos de construção de sentido no mundo da vida (traduzindo-se metodologicamente no estudo de enquadramentos, tipificações e scripts), pondo em marcha uma teoria da comunicação aplicada aos media jornalísticos.
Por outro, considera-se a relevância do contributo da análise crítica do discurso, a qual entende a linguagem como uma prática cujas manifestações concretas ao nível simbólico podem ser analisadas estruturalmente no plano das suas relações com fenômenos e dinâmicas políticas, sociais e culturais como sejam a exclusão, a inclusão e o poder.
A palavra “crítica” tem duas conotações: remete, por um lado, para uma tradição das Humanidades e da Filosofia que rejeita o positivismo como uma análise empírica dos fenômenos como fatos sobre os quais os sujeitos não têm qualquer possibilidade de intervenção nomeadamente no sentido de uma prática normativa; por outro lado, remete para um conhecimento do jornalismo e da notícia que não se limita às suas evidências nomeadamente as que resultam da sua aplicação técnica.
Para exemplificar a aplicação deste ponto de vista utilizam-se estudos de caso relacionados com a representação jornalística de fenômenos de relacionamento com o outro, nomeadamente manifestações de racismo, xenofobia e estigmatização das minorias.
Os casos em análise dizem respeito a alguns episódios recentemente verificados em Portugal que indiciam um aumento deste tipo de fenômenos. Entre os episódios referidos contam-se a alegada existência de um assalto coletivo perpetrado por 500 jovens africanos na Praia de Carcavelos em 2005, noticiado pelos media, e posteriormente desmentido pela polícia num contexto de polêmica acentuada.
Na investigação desenvolvida em torno deste caso, as representações mediáticas das identidades são um eixo que estrutura a pesquisa.
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