Jornalismo Em Gêneros Vol. III

Maio de 2017. O livro Cem Anos de Solidão, do escritor e
jornalista colombiano Gabriel García Márquez completa 50 anos de sua primeira publicação. Essa é uma efeméride, valor-notícia que, de acordo com Nelson Traquina, aumenta a “noticiabilidade” de um acontecimento.

Ou seja, no processo de seleção e construção das notícias, diante de uma efeméride redonda como essa, a tribo jornalística considera este fato relevante o suficiente para se tornar uma notícia.
Apenas essa característica do cinquentenário da obra já seria suficiente para torná-la conteúdo de estudo da disciplina Conceitos e Gêneros do Jornalismo , ministrada no Departamento de Jornalismo e Editoração da Universidade de São Paulo no primeiro semestre de 2017. Mas essa não é uma efeméride qualquer. A publicação de Cem Anos de Solidão ao mesmo tempo, coroa e dá início a um período singular da história contemporânea da América Latina, que começa com a revolução Cubana de 1959, passa pela resistência de Playa Gyrón, pelas resistências aos golpes na América do Sul, pela morte de Che Guevara na Bolívia no próprio ano de 67 e vai até a eleição de Allende em 1970.
Do ponto de vista cultural, a região viu crescer experiências inovadoras no cinema, no teatro, na música e na literatura que misturavam os marcos das culturas populares latino-americanas como engajamento e militância política. De Guarnieri a Violeta Parra, o mundo viu maravilhado o surgimento do que depois ficou conhecido como “Boom Latino-americano” ou movimento do Realismo Fantástico.
Cem Anos de Solidão e Gabriel García Márquez são os mais notórios representantes dessa corrente literária que trazia relatos tão febris que não podiam ser classificados como reais: a peste da insônia que deixou toda a cidade sem dormir; um cigano que deixou pergaminhos indecifráveis e cujo quarto o tinteiro nunca secava; um rastro de sangue que percorre toda a cidade; 17 filhos marcados pela cruz da quarta-feira de cinzas assassinados uma a um; um velho coronel com suas 32 revoluções; uma mulher tão bela que ascende aos céus; uma cidade devastada ora por um dilúvio de quatro anos, onze meses e dois dias, ora por um vento abrasador; uma geração de Buendías, o primeiro amarrado ao tronco de uma árvore e o último devorado por formigas.

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Maio de 2017. O livro Cem Anos de Solidão, do escritor e
jornalista colombiano Gabriel García Márquez completa 50 anos de sua primeira publicação. Essa é uma efeméride, valor-notícia que, de acordo com Nelson Traquina, aumenta a “noticiabilidade” de um acontecimento. Ou seja, no processo de seleção e construção das notícias, diante de uma efeméride redonda como essa, a tribo jornalística considera este fato relevante o suficiente para se tornar uma notícia.
Apenas essa característica do cinquentenário da obra já seria suficiente para torná-la conteúdo de estudo da disciplina Conceitos e Gêneros do Jornalismo , ministrada no Departamento de Jornalismo e Editoração da Universidade de São Paulo no primeiro semestre de 2017. Mas essa não é uma efeméride qualquer. A publicação de Cem Anos de Solidão ao mesmo tempo, coroa e dá início a um período singular da história contemporânea da América Latina, que começa com a revolução Cubana de 1959, passa pela resistência de Playa Gyrón, pelas resistências aos golpes na América do Sul, pela morte de Che Guevara na Bolívia no próprio ano de 67 e vai até a eleição de Allende em 1970.
Do ponto de vista cultural, a região viu crescer experiências inovadoras no cinema, no teatro, na música e na literatura que misturavam os marcos das culturas populares latino-americanas como engajamento e militância política. De Guarnieri a Violeta Parra, o mundo viu maravilhado o surgimento do que depois ficou conhecido como “Boom Latino-americano” ou movimento do Realismo Fantástico.
Cem Anos de Solidão e Gabriel García Márquez são os mais notórios representantes dessa corrente literária que trazia relatos tão febris que não podiam ser classificados como reais: a peste da insônia que deixou toda a cidade sem dormir; um cigano que deixou pergaminhos indecifráveis e cujo quarto o tinteiro nunca secava; um rastro de sangue que percorre toda a cidade; 17 filhos marcados pela cruz da quarta-feira de cinzas assassinados uma a um; um velho coronel com suas 32 revoluções; uma mulher tão bela que ascende aos céus; uma cidade devastada ora por um dilúvio de quatro anos, onze meses e dois dias, ora por um vento abrasador; uma geração de Buendías, o primeiro amarrado ao tronco de uma árvore e o último devorado por formigas.

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