Rei Lear

Rei Lear é uma tragédia teatral de William Shakespeare, considerada uma de suas obras-primas. No argumento da obra, inspirado por antigas lendas britânicas, o rei enlouquece após ser traído por duas de suas três filhas, às quais havia legado seu reino de maneira insensata.


Escrita em torno de 1605, a peça foi encenada pela primeira vez perante a corte inglesa no dia 26 de dezembro de 1606. Foi impressa em 1608 e novamente, numa versão revisada, em 1623. Rei Lear foi adaptada repetidas vezes para o teatro e cinema.
Shakespeare inspirou-se em antigas lendas para compor a trama da obra. Lear pertence ao folclore e aparece, já em 1147, em um episódio da Historia Regum Britanniae (1137/1138) do galês Godofredo de Monmouth. Na História, este Leir é um rei britânico, fundador de Leicester, que tem três filhas, duas das quais tentam usurpar-lhe o reino. A terceira filha, Cordélia, permanece fiel ao pai e termina sendo a herdeira do trono.
No Renascimento, o episódio de Leir e Cordélia aparece recontado em várias obras literárias que podem ter influenciado Shakespeare, como as Crônicas da Inglaterra, Escócia e Irlanda (1587), de Raphael Holinshed (1529-1580) e o canto 10 do livro 2 do poema épico A Rainha das Fadas (The Faerie Queene, 1590), de Edmund Spenser (1552-1599). A principal fonte para o argumento geral da obra foi A Verdadeira Crónica do Rei Leir e suas Três Filhas (The True Chronicle Historie of King Leir and his Three Daughters), uma peça de autor anônimo que era parte do repertório teatral londrino da década de 1590. Em relação a esta, porém, Shakespeare introduziu muitas modificações, especialmente o final trágico e o ambiente pagão (não-cristão) do reino de Lear.
Por sua vez, a subtrama envolvendo Glócester e seus dois filhos estão inspirados n'A Arcádia da Condessa de Pembroke, um romance pastoral de Philip Sidney de 1590, que contém um episódio com o rei cego da Paflagónia que é enganado por um de seus dois filhos. A visão filosófica e algumas falas revelam influência dos Ensaios de Montaigne, conhecidos por Shakespeare pela edição de John Florio (1603).
Criações totalmente shakespearianas são o Bobo do rei e o personagem do Pobre Tom (Poor Tom), ambas figuras que se fazem de loucos. Em contraste com a lenda de Leir e as versões literárias anteriores, a obra de Shakespeare termina em tragédia, com a loucura e morte de Lear e a execução de Cordélia.

  

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Rei Lear é uma tragédia teatral de William Shakespeare, considerada uma de suas obras-primas. No argumento da obra, inspirado por antigas lendas britânicas, o rei enlouquece após ser traído por duas de suas três filhas, às quais havia legado seu reino de maneira insensata.
Escrita em torno de 1605, a peça foi encenada pela primeira vez perante a corte inglesa no dia 26 de dezembro de 1606. Foi impressa em 1608 e novamente, numa versão revisada, em 1623. Rei Lear foi adaptada repetidas vezes para o teatro e cinema.
Shakespeare inspirou-se em antigas lendas para compor a trama da obra. Lear pertence ao folclore e aparece, já em 1147, em um episódio da Historia Regum Britanniae (1137/1138) do galês Godofredo de Monmouth. Na História, este Leir é um rei britânico, fundador de Leicester, que tem três filhas, duas das quais tentam usurpar-lhe o reino. A terceira filha, Cordélia, permanece fiel ao pai e termina sendo a herdeira do trono.
No Renascimento, o episódio de Leir e Cordélia aparece recontado em várias obras literárias que podem ter influenciado Shakespeare, como as Crônicas da Inglaterra, Escócia e Irlanda (1587), de Raphael Holinshed (1529-1580) e o canto 10 do livro 2 do poema épico A Rainha das Fadas (The Faerie Queene, 1590), de Edmund Spenser (1552-1599). A principal fonte para o argumento geral da obra foi A Verdadeira Crónica do Rei Leir e suas Três Filhas (The True Chronicle Historie of King Leir and his Three Daughters), uma peça de autor anônimo que era parte do repertório teatral londrino da década de 1590. Em relação a esta, porém, Shakespeare introduziu muitas modificações, especialmente o final trágico e o ambiente pagão (não-cristão) do reino de Lear.
Por sua vez, a subtrama envolvendo Glócester e seus dois filhos estão inspirados n’A Arcádia da Condessa de Pembroke, um romance pastoral de Philip Sidney de 1590, que contém um episódio com o rei cego da Paflagónia que é enganado por um de seus dois filhos. A visão filosófica e algumas falas revelam influência dos Ensaios de Montaigne, conhecidos por Shakespeare pela edição de John Florio (1603).
Criações totalmente shakespearianas são o Bobo do rei e o personagem do Pobre Tom (Poor Tom), ambas figuras que se fazem de loucos. Em contraste com a lenda de Leir e as versões literárias anteriores, a obra de Shakespeare termina em tragédia, com a loucura e morte de Lear e a execução de Cordélia.

  

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