Evolução Em Quatro Dimensões

O francês Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829) seria a última pessoa que alguém poderia pensar em chamar para salvar a teoria da evolução de Charles Darwin. Afinal, Lamarck acabou entrando para a história como o autor da teoria evolutiva errada, e "lamarckismo" virou sinônimo de engano para os biólogos.

Isso porque sua teoria pregava a herança de caracteres adquiridos, quando Darwin mostraria corretamente que a evolução ocorre por meio da seleção natural de variações aleatórias.
Em Evolução em quatro dimensões, Eva Jablonka e Marion J. Lamb resgatam as ideias do maltratado naturalista francês. Segundo as autoras, o darwinismo hoje precisa de uma reforma, de uma nova síntese - e tal síntese passa pela incorporação do lamarckismo na teoria evolutiva. Descobertas da biologia molecular nos últimos cinquenta anos mostram que a evolução vai além da seleção de variações casuais nos genes.
As autoras identificam quatro "dimensões" na evolução - quatro sistemas de herança que desempenham um papel na evolução: a genética, a epigenética (ou transmissão de características celulares, alheia ao DNA), a comportamental e a simbólica (transmissão por meio da linguagem e de outras formas de comunicação simbólica). Em todos esses sistemas ocorre alguma herança de caracteres adquiridos, novamente uma heresia lamarckista que Jablonka e Lamb incorporam ao repertório do darwinismo, não para derrubá-lo, mas para mostrar que há muito mais variação disponível para a seleção natural do que sonha a biologia.

O conteúdo e o formato deste livro são um tanto incomuns, por isso gostaríamos de começar explicando do que se trata e como ele está organizado. Nossa proposição básica é que o pensamento biológico sobre a hereditariedade e a evolução está sofrendo uma mudança revolucionária. O que surge agora é uma nova síntese, que desafia a visão centrada no gene do neodarwinismo, conceito dominante no pensamento biológico nos últimos cinquenta anos.
As mudanças conceituais em marcha se baseiam no conhecimento vindo de quase todos os ramos da biologia, mas nosso foco neste livro será na hereditariedade. Nossos argumentos serão os seguintes:
■ Há mais coisas na hereditariedade do que genes;
■ Algumas variações hereditárias são não aleatórias em sua origem;
■ Algumas informações adquiridas são herdadas;
■ Mudanças evolutivas podem resultar de instrução, assim como de seleção

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O francês Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829) seria a última pessoa que alguém poderia pensar em chamar para salvar a teoria da evolução de Charles Darwin. Afinal, Lamarck acabou entrando para a história como o autor da teoria evolutiva errada, e “lamarckismo” virou sinônimo de engano para os biólogos. Isso porque sua teoria pregava a herança de caracteres adquiridos, quando Darwin mostraria corretamente que a evolução ocorre por meio da seleção natural de variações aleatórias.
Em Evolução em quatro dimensões, Eva Jablonka e Marion J. Lamb resgatam as ideias do maltratado naturalista francês. Segundo as autoras, o darwinismo hoje precisa de uma reforma, de uma nova síntese – e tal síntese passa pela incorporação do lamarckismo na teoria evolutiva. Descobertas da biologia molecular nos últimos cinquenta anos mostram que a evolução vai além da seleção de variações casuais nos genes.
As autoras identificam quatro “dimensões” na evolução – quatro sistemas de herança que desempenham um papel na evolução: a genética, a epigenética (ou transmissão de características celulares, alheia ao DNA), a comportamental e a simbólica (transmissão por meio da linguagem e de outras formas de comunicação simbólica). Em todos esses sistemas ocorre alguma herança de caracteres adquiridos, novamente uma heresia lamarckista que Jablonka e Lamb incorporam ao repertório do darwinismo, não para derrubá-lo, mas para mostrar que há muito mais variação disponível para a seleção natural do que sonha a biologia.

O conteúdo e o formato deste livro são um tanto incomuns, por isso gostaríamos de começar explicando do que se trata e como ele está organizado. Nossa proposição básica é que o pensamento biológico sobre a hereditariedade e a evolução está sofrendo uma mudança revolucionária. O que surge agora é uma nova síntese, que desafia a visão centrada no gene do neodarwinismo, conceito dominante no pensamento biológico nos últimos cinquenta anos.
As mudanças conceituais em marcha se baseiam no conhecimento vindo de quase todos os ramos da biologia, mas nosso foco neste livro será na hereditariedade. Nossos argumentos serão os seguintes:
■ Há mais coisas na hereditariedade do que genes;
■ Algumas variações hereditárias são não aleatórias em sua origem;
■ Algumas informações adquiridas são herdadas;
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