José, Tereza, Zélia…E Seu Território Cigano

Como os ciganos se inserem nas preocupações geográficas?
Essa é uma questão que intriga o leitor ao ver o tema na geografia.
É preciso, contudo, considerar as mudanças mais significativas ocorridas no campo dessa ciência

nos últimos trinta anos para contextualizar o conteúdo deste livro e entender a sua valiosa importância para a geografia e para as ciências afins.
Na década de oitenta, ocorreu o que se denominou le tournant culturel en géographie. No Brasil, esse novo paradigma foi interpretado como uma geografia cultural renovada e significou um empenho dos geógrafos da abordagem cultural em buscarem compreender o significado dado pelos indivíduos às representações e o modo como esses mesmos indivíduos percebiam e compreendiam seu ambiente.
O enfoque cultural, como abordagem, possibilitou um melhor entendimento da construção do espaço, a exploração de temas susceptíveis de serem estudados pela geografia e a apreciação da diversidade cultural do planeta. Alguns geógrafos culturalistas ingleses defendem que a geografia cultural renovada é um estilo de pensamento que reúne uma ampla variedade de questionamentos e de maneiras de respondê-los. Seria uma espécie de democratização do entendimento, além de se configurar como uma possibilidade de mirar o mundo pelas diferenças.
Essa geografia cultural renovada, impregnada das características da pós-modernidade, retoma com grande vigor uma das tradições mais valiosas do romantismo alemão: a curiosidade pelo “outro”. Reconhece-se, na atual abordagem, que o eurocentrismo lançava um olhar vesgo sobre o restante das percepções do mundo. Assim, fez-se necessário o abandono dessa visão ao mesmo tempo em que se adotava a proposta de se atribuir significados à alteridade, descobrir que o “outro” é também nosso vizinho. A partir da década de 1990, foram fecundos os estudos cuja ênfase estava na cultura como veículo para investigar a sociedade, seus espaços e seus lugares. Assim, temas como gênero, marginalização, novas formas de racismo, espaços do medo e da violência, corpo, minorias étnicas, classes sociais desfavorecidas, homossexuais, sem-tetos, imigrantes, idosos, sem-terra, errantes despossuídos e excluídos – como os ciganos – tornaram-se objeto de vários estudos.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

José, Tereza, Zélia…E Seu Território Cigano

Como os ciganos se inserem nas preocupações geográficas?
Essa é uma questão que intriga o leitor ao ver o tema na geografia.
É preciso, contudo, considerar as mudanças mais significativas ocorridas no campo dessa ciência nos últimos trinta anos para contextualizar o conteúdo deste livro e entender a sua valiosa importância para a geografia e para as ciências afins.
Na década de oitenta, ocorreu o que se denominou le tournant culturel en géographie. No Brasil, esse novo paradigma foi interpretado como uma geografia cultural renovada e significou um empenho dos geógrafos da abordagem cultural em buscarem compreender o significado dado pelos indivíduos às representações e o modo como esses mesmos indivíduos percebiam e compreendiam seu ambiente.
O enfoque cultural, como abordagem, possibilitou um melhor entendimento da construção do espaço, a exploração de temas susceptíveis de serem estudados pela geografia e a apreciação da diversidade cultural do planeta. Alguns geógrafos culturalistas ingleses defendem que a geografia cultural renovada é um estilo de pensamento que reúne uma ampla variedade de questionamentos e de maneiras de respondê-los. Seria uma espécie de democratização do entendimento, além de se configurar como uma possibilidade de mirar o mundo pelas diferenças.
Essa geografia cultural renovada, impregnada das características da pós-modernidade, retoma com grande vigor uma das tradições mais valiosas do romantismo alemão: a curiosidade pelo “outro”. Reconhece-se, na atual abordagem, que o eurocentrismo lançava um olhar vesgo sobre o restante das percepções do mundo. Assim, fez-se necessário o abandono dessa visão ao mesmo tempo em que se adotava a proposta de se atribuir significados à alteridade, descobrir que o “outro” é também nosso vizinho. A partir da década de 1990, foram fecundos os estudos cuja ênfase estava na cultura como veículo para investigar a sociedade, seus espaços e seus lugares. Assim, temas como gênero, marginalização, novas formas de racismo, espaços do medo e da violência, corpo, minorias étnicas, classes sociais desfavorecidas, homossexuais, sem-tetos, imigrantes, idosos, sem-terra, errantes despossuídos e excluídos – como os ciganos – tornaram-se objeto de vários estudos.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog