A Escalada Do Homem

O primeiro esboço da A Escalada do Homem foi escrito em julho de 1969 e as últimas cenas filmadas em dezembro de 1972. Um empreendimento de tal monta, embora maravilhosamente gratificante, não pode ser realizado como uma simples distração.


Assim, eu precisava estar seguro de poder manter com prazer o tono intelectual e físico que sua continuidade exigia; por exemplo, tive de postergar pesquisas já iniciadas. Diante disso, tentarei explicar a razão pela qual assumi a responsabilidade desse trabalho.
Os últimos vinte anos assistiram a uma mudança no escopo da Ciência; o foco da atenção se deslocou das ciências físicas para as ciências da vida, resultando daí uma preocupação cada vez maior com o estudo da individualidade.
Mas o espectador interessado dificilmente consegue perceber nessa transição os efeitos duradouros que poderão ser inscritos na imagem do homem que a ciência molda. Mesmo a mim, matemático com formação em Física, eles teriam passado despercebidos se, num dado momento de minha existência, não tivesse sido envolvido em uma série feliz de eventos que me levaram para o mundo das ciências da vida.
Dessa maneira, senti-me em débito com a fortuna que me fez entrar em contato, no transcorrer de uma só vida, com dois campos fecundos da atividade científica; e como não consegui determinar a quem a dívida tinha de ser paga, concebi A Escalada do Homem como gratidão à minha boa sorte.
No convite da British Broadcasting Corporation a mim endereçado havia a sugestão de que realizasse uma série de programas de televisão mostrando o desenvolvimento científico à semelhança da série apresentada por Lorde Clark em Civilização.
A televisão constitui um admirável meio para exposição, por diversas razões: imediata e marcante aos olhos, capaz de levar ao espectador, ao vivo, os lugares onde os processos são descritos, e suficientemente coloquial, de modo a dar a consciência de se estar tratando não com meros fatos mas sim com gente em ação.
Este último aspecto é, para mim, o mais importante, e aquele que acabou me compelindo a traçar uma biografia pessoal de ideias na forma de ensaios para a televisão. O problema se reduz ao fato de que o conhecimento em geral, e a ciência em particular, não consiste em abstrações, mas em ideias de homens concretos, desde os seus primórdios até seus idiossincráticos modelos hodiernos.

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Assim, eu precisava estar seguro de poder manter com prazer o tono intelectual e físico que sua continuidade exigia; por exemplo, tive de postergar pesquisas já iniciadas. Diante disso, tentarei explicar a razão pela qual assumi a responsabilidade desse trabalho.
Os últimos vinte anos assistiram a uma mudança no escopo da Ciência; o foco da atenção se deslocou das ciências físicas para as ciências da vida, resultando daí uma preocupação cada vez maior com o estudo da individualidade.
Mas o espectador interessado dificilmente consegue perceber nessa transição os efeitos duradouros que poderão ser inscritos na imagem do homem que a ciência molda. Mesmo a mim, matemático com formação em Física, eles teriam passado despercebidos se, num dado momento de minha existência, não tivesse sido envolvido em uma série feliz de eventos que me levaram para o mundo das ciências da vida.
Dessa maneira, senti-me em débito com a fortuna que me fez entrar em contato, no transcorrer de uma só vida, com dois campos fecundos da atividade científica; e como não consegui determinar a quem a dívida tinha de ser paga, concebi A Escalada do Homem como gratidão à minha boa sorte.
No convite da British Broadcasting Corporation a mim endereçado havia a sugestão de que realizasse uma série de programas de televisão mostrando o desenvolvimento científico à semelhança da série apresentada por Lorde Clark em Civilização.
A televisão constitui um admirável meio para exposição, por diversas razões: imediata e marcante aos olhos, capaz de levar ao espectador, ao vivo, os lugares onde os processos são descritos, e suficientemente coloquial, de modo a dar a consciência de se estar tratando não com meros fatos mas sim com gente em ação.
Este último aspecto é, para mim, o mais importante, e aquele que acabou me compelindo a traçar uma biografia pessoal de ideias na forma de ensaios para a televisão. O problema se reduz ao fato de que o conhecimento em geral, e a ciência em particular, não consiste em abstrações, mas em ideias de homens concretos, desde os seus primórdios até seus idiossincráticos modelos hodiernos.

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