Crenças Extraordinárias

Há muitos anos venho estudando a história e a psicologia do ilusionismo e do paranormal. Durante esse tempo, certas perguntas têm sido dirigidas a mim, e duas em especial. A primeira é: você já se deparou com alguma coisa que não conseguiu explicar? A resposta concisa é “não”

; mas é preciso levar em consideração, por questões que logo se tornarão evidentes, que qualquer um pode dar uma explicação para eventos aparentemente inexplicáveis. Se a explicação é adequada ou não, contudo, é sempre matéria de discussão. Quando respondo a essa pergunta com um “não”, a questão fica sem resolução e uma visão é manifestada: eu não acredito no paranormal.
E isso me leva à segunda pergunta que sempre me fazem: por que as pessoas acreditam no paranormal? A resposta concisa é que elas encontram coisas que não podem explicar de outra maneira. Porém, para aqueles que acreditam que tais coisas não são reais, essa não é uma explicação adequada. Nós, os céticos, convencidos de que eles estão errados, queremos saber por que chegam à conclusão errada. Dizemos que é porque eles não são muito sensatos ou porque desejam acreditar em tais coisas.
Durante muitos anos, eu disse isso a mim mesmo, até que compreendi que isso também simplesmente não era adequado. Tenho encontrado muita gente que crê para pensar que suas crenças são puramente produto de ignorância e “doce ilusão”. E conheço muita gente cética para achar que nossas crenças são impermeáveis a tais fraquezas humanas. Ao mesmo tempo, eu não acredito no paranormal. Este livro tenta oferecer uma abordagem alternativa ao problema.
Um dos argumentos comuns feitos por aqueles que estudam crenças no paranormal é afirmar que o assunto merece ser estudado porque podemos colocar a primeira pergunta entre parênteses e nos concentrar na segunda. Resumindo: mesmo que os fenômenos não existam, muitas pessoas acreditam em tais coisas; portanto, devemos tentar explicar isso por seu próprio mérito. Porém, apesar da enorme quantidade de estudos acerca dessa questão, acho que é justo dizer que, até hoje, não temos uma resposta especialmente clara. Acredito haver razões para isso e acredito também que, para que possamos compreender tais crenças, precisamos igualmente colocar a segunda pergunta entre parênteses. Precisamos retroceder um pouquinho mais e considerar a questão em si mesma: quais são essas crenças que desejamos explicar e por que tentamos explicá-las há tanto tempo? Fazer isso demanda uma perspectiva histórica — e esse é o objetivo deste livro: fornecer uma abordagem histórica de um problema psicológico, examinando os fenômenos nos quais as pessoas acreditam, as crenças que têm sido manifestadas em relação a esses eventos e as tentativas de compreender tais crenças. Ao fazê-lo, podemos perceber que existem outras razões pelas quais as crenças no que é extraordinário estão por aí há tanto tempo.

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Há muitos anos venho estudando a história e a psicologia do ilusionismo e do paranormal. Durante esse tempo, certas perguntas têm sido dirigidas a mim, e duas em especial. A primeira é: você já se deparou com alguma coisa que não conseguiu explicar? A resposta concisa é “não”; mas é preciso levar em consideração, por questões que logo se tornarão evidentes, que qualquer um pode dar uma explicação para eventos aparentemente inexplicáveis. Se a explicação é adequada ou não, contudo, é sempre matéria de discussão. Quando respondo a essa pergunta com um “não”, a questão fica sem resolução e uma visão é manifestada: eu não acredito no paranormal.
E isso me leva à segunda pergunta que sempre me fazem: por que as pessoas acreditam no paranormal? A resposta concisa é que elas encontram coisas que não podem explicar de outra maneira. Porém, para aqueles que acreditam que tais coisas não são reais, essa não é uma explicação adequada. Nós, os céticos, convencidos de que eles estão errados, queremos saber por que chegam à conclusão errada. Dizemos que é porque eles não são muito sensatos ou porque desejam acreditar em tais coisas.
Durante muitos anos, eu disse isso a mim mesmo, até que compreendi que isso também simplesmente não era adequado. Tenho encontrado muita gente que crê para pensar que suas crenças são puramente produto de ignorância e “doce ilusão”. E conheço muita gente cética para achar que nossas crenças são impermeáveis a tais fraquezas humanas. Ao mesmo tempo, eu não acredito no paranormal. Este livro tenta oferecer uma abordagem alternativa ao problema.
Um dos argumentos comuns feitos por aqueles que estudam crenças no paranormal é afirmar que o assunto merece ser estudado porque podemos colocar a primeira pergunta entre parênteses e nos concentrar na segunda. Resumindo: mesmo que os fenômenos não existam, muitas pessoas acreditam em tais coisas; portanto, devemos tentar explicar isso por seu próprio mérito. Porém, apesar da enorme quantidade de estudos acerca dessa questão, acho que é justo dizer que, até hoje, não temos uma resposta especialmente clara. Acredito haver razões para isso e acredito também que, para que possamos compreender tais crenças, precisamos igualmente colocar a segunda pergunta entre parênteses. Precisamos retroceder um pouquinho mais e considerar a questão em si mesma: quais são essas crenças que desejamos explicar e por que tentamos explicá-las há tanto tempo? Fazer isso demanda uma perspectiva histórica — e esse é o objetivo deste livro: fornecer uma abordagem histórica de um problema psicológico, examinando os fenômenos nos quais as pessoas acreditam, as crenças que têm sido manifestadas em relação a esses eventos e as tentativas de compreender tais crenças. Ao fazê-lo, podemos perceber que existem outras razões pelas quais as crenças no que é extraordinário estão por aí há tanto tempo.

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