A Administração Dos Bens Temporais Do Mosteiro De São Bento Da Bahia

Este livro apresenta as questões temporais das ordens religiosas, especificamente da ordem beneditina, sob a ótica da necessidade que elas tinham de possuir uma economia com sustentação organizada, controle, tanto interno quanto externamente

, que permitisse adquirir, e manter, um patrimônio material diversificado, incluindo o conjunto arquitetônico, de uso próprio, suporte de todo o arcabouço espiritual. Os monges não poderiam sobreviver sem se alimentar e cuidar da vida material, fazer crescer seus bens e explorá-los convenientemente, a fim de extrair deles os meios de subsistência e poder, assim, louvar a Deus, através da celebração em comunidade e da oração pública. Os monges deviam cuidar de seu sustento, organizando formas de provimento para toda a comunidade, garantindo, com suas atividades, o trabalho religioso de seus membros e provendo do necessário as suas obras temporais e espirituais.
Para os beneditinos, o fundamento de tudo isso residia na Regra de São Bento, chamada de Regra, porque dirige os costumes dos que a ela obedecem, desde o século VI. As comunidades monásticas, dirigidas pelo seu Abade, tinham na Regra um dos instrumentos das virtudes dos monges, de vida e santa obediência. Nessa Regra, os capítulos 4 a 7, que tratam das Boas Obras, da Obediência, do Silêncio e da Humildade, constituiam o alicerce da vida espiritual do ser monge. Uma vez estabelecidos os princípios espirituais do viver monástico, a Regra tratava da vida material e social de seus mosteiros, fazendo menção ao Oratório e às Oficinas, onde o verdadeiro monge deveria viver do seu trabalho, como expõem os Capítulos 48 e 66.
A Regra dava primazia à oração, sem enfraquecer o trabalho. Ambos se complementavam, buscando um equilíbrio perfeito entre si. A Regra Beneditina pontuava: “Não existe o monge que não trabalha, assim como é inconcebível o monge que não reza”. A vida do beneditino articulava-se entre o serviço de Deus, através da oração, e o trabalho cotidiano, manual ou intelectual. O ora et labora era um ideal que apontava para a vida. Nesse corpo doutrinal, que constitui a Regra, fica evidente a sabedoria do equilíbrio indispensável entre o temporal e o espiritual, aspecto mais importante da ética beneditina.
Acompanhando a Regra de São Bento, existia uma base institucional legal – as Constituições da Congregação Beneditina Portuguesa –, proveniente dos institutos portugueses que precederam os do Brasil e regulamentavam a vida temporal dos religiosos.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

A Administração Dos Bens Temporais Do Mosteiro De São Bento Da Bahia

Este livro apresenta as questões temporais das ordens religiosas, especificamente da ordem beneditina, sob a ótica da necessidade que elas tinham de possuir uma economia com sustentação organizada, controle, tanto interno quanto externamente, que permitisse adquirir, e manter, um patrimônio material diversificado, incluindo o conjunto arquitetônico, de uso próprio, suporte de todo o arcabouço espiritual. Os monges não poderiam sobreviver sem se alimentar e cuidar da vida material, fazer crescer seus bens e explorá-los convenientemente, a fim de extrair deles os meios de subsistência e poder, assim, louvar a Deus, através da celebração em comunidade e da oração pública. Os monges deviam cuidar de seu sustento, organizando formas de provimento para toda a comunidade, garantindo, com suas atividades, o trabalho religioso de seus membros e provendo do necessário as suas obras temporais e espirituais.
Para os beneditinos, o fundamento de tudo isso residia na Regra de São Bento, chamada de Regra, porque dirige os costumes dos que a ela obedecem, desde o século VI. As comunidades monásticas, dirigidas pelo seu Abade, tinham na Regra um dos instrumentos das virtudes dos monges, de vida e santa obediência. Nessa Regra, os capítulos 4 a 7, que tratam das Boas Obras, da Obediência, do Silêncio e da Humildade, constituiam o alicerce da vida espiritual do ser monge. Uma vez estabelecidos os princípios espirituais do viver monástico, a Regra tratava da vida material e social de seus mosteiros, fazendo menção ao Oratório e às Oficinas, onde o verdadeiro monge deveria viver do seu trabalho, como expõem os Capítulos 48 e 66.
A Regra dava primazia à oração, sem enfraquecer o trabalho. Ambos se complementavam, buscando um equilíbrio perfeito entre si. A Regra Beneditina pontuava: “Não existe o monge que não trabalha, assim como é inconcebível o monge que não reza”. A vida do beneditino articulava-se entre o serviço de Deus, através da oração, e o trabalho cotidiano, manual ou intelectual. O ora et labora era um ideal que apontava para a vida. Nesse corpo doutrinal, que constitui a Regra, fica evidente a sabedoria do equilíbrio indispensável entre o temporal e o espiritual, aspecto mais importante da ética beneditina.
Acompanhando a Regra de São Bento, existia uma base institucional legal – as Constituições da Congregação Beneditina Portuguesa –, proveniente dos institutos portugueses que precederam os do Brasil e regulamentavam a vida temporal dos religiosos.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog