Arquitetura Colonial Baiana

O Arquivo Histórico Colonial Português, de Lisboa, assim como o Archivo de Indias de Sevilha, possui riquíssimas coleções de desenhos de edifícios americanos do período colonial.


Acompanhados em muitos casos dos seus respectivos ofícios, representam, na maior parte, os esforços das comunidades brasileiras, eclesiásticas como civis, para alcançarem a aprovação régia de fundações novas, e angariarem os frutos da real generosidade para seu uso.
Compõem-se de várias categorias1 - obras militares, como fortalezas e quartéis: casas da alfândega e casas da câmara: capelas, igrejas e hospícios. Em alguns casos, aliás bem raros, conservam-se riscos de casas de residência.
Foram executados, mormente em consequência de embargos de construção, quando seus donos, ameaçados, desejando ter recurso à suprema autoridade, dirigiram-se ao próprio Conselho Ultramarino de Portugal. Os documentos anexos, com seus largos relatórios sobre obras públicas e de caridade, merecem a atenção de todos os estudiosos da história da arquitetura colonial.
Revelam não somente as origens de muitos monumentos, existentes ou perdidos, que se destacam no desenvolvimento dessa arte no Brasil, mas oferecem preciosas elucidações a respeito das modificações que esses edifícios sofreram, principalmente no século XVIII.
Assim se conhece a verdadeira autoria da cadeia de Ouro Preto, o mais ambicioso palácio de todas as capitanias do sul. Descobrem-se valiosos subsídios para a história da construção das Águas da Carioca do Rio de Janeiro, arcaria grandiosa que se deriva diretamente dos aquedutos de Évora, Coimbra e Lisboa.
Encontram-se também no Arquivo Histórico Colonial grandes acervos de dados sobre a atividade dos engenheiros militares portugueses, cujo papel complicado e do mais alto valor da formação da escola colonial, ainda não se pode devidamente avaliar, por ser tão pouco estudado.
Ao lado destes oficiais de infantaria trabalhava, como auxílio indispensável, pequeno exército de mestres pedreiros e carpinteiros, cujas personalidades em vários casos se distinguem através dos documentos do Arquivo.
A leitura, enfim, de certos ofícios estabelece elementos importantes para a análise dos preços e das práticas de construção, revelando em grande parte o vocabulário arquitetônico da época colonial.
Neste múltiplo aspecto, os desenhos e documentos do Arquivo Histórico Colonial, com aqueles dos arquivos públicos brasileiros, constituem indiscutivelmente a maior fonte para o estudo da arquitetura colonial, fora dos livros, muitas vezes incompletos e insatisfatórios, das irmandades e confrarias religiosas.
Na ocasião do quarto centenário da fundação da cidade do Salvador, primeira capital do Brasil, convém chamar atenção, embora de forma modesta e incompleta, para o material especificamente baiano que, entre as suas variadíssimas riquezas, a coleção abrange.
Seis peças de grande importância para a história da arquitetura colonial baiana são examinadas. Cada uma vem acompanhada dos principais documentos que lhe dizem respeito, citados integralmente, e de um breve comentário histórico e artístico baseado nos mesmos documentos, e escrito com relação aos monumentos contemporâneos existentes na Bahia.

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O Arquivo Histórico Colonial Português, de Lisboa, assim como o Archivo de Indias de Sevilha, possui riquíssimas coleções de desenhos de edifícios americanos do período colonial.
Acompanhados em muitos casos dos seus respectivos ofícios, representam, na maior parte, os esforços das comunidades brasileiras, eclesiásticas como civis, para alcançarem a aprovação régia de fundações novas, e angariarem os frutos da real generosidade para seu uso.
Compõem-se de várias categorias1 – obras militares, como fortalezas e quartéis: casas da alfândega e casas da câmara: capelas, igrejas e hospícios. Em alguns casos, aliás bem raros, conservam-se riscos de casas de residência.
Foram executados, mormente em consequência de embargos de construção, quando seus donos, ameaçados, desejando ter recurso à suprema autoridade, dirigiram-se ao próprio Conselho Ultramarino de Portugal. Os documentos anexos, com seus largos relatórios sobre obras públicas e de caridade, merecem a atenção de todos os estudiosos da história da arquitetura colonial.
Revelam não somente as origens de muitos monumentos, existentes ou perdidos, que se destacam no desenvolvimento dessa arte no Brasil, mas oferecem preciosas elucidações a respeito das modificações que esses edifícios sofreram, principalmente no século XVIII.
Assim se conhece a verdadeira autoria da cadeia de Ouro Preto, o mais ambicioso palácio de todas as capitanias do sul. Descobrem-se valiosos subsídios para a história da construção das Águas da Carioca do Rio de Janeiro, arcaria grandiosa que se deriva diretamente dos aquedutos de Évora, Coimbra e Lisboa.
Encontram-se também no Arquivo Histórico Colonial grandes acervos de dados sobre a atividade dos engenheiros militares portugueses, cujo papel complicado e do mais alto valor da formação da escola colonial, ainda não se pode devidamente avaliar, por ser tão pouco estudado.
Ao lado destes oficiais de infantaria trabalhava, como auxílio indispensável, pequeno exército de mestres pedreiros e carpinteiros, cujas personalidades em vários casos se distinguem através dos documentos do Arquivo.
A leitura, enfim, de certos ofícios estabelece elementos importantes para a análise dos preços e das práticas de construção, revelando em grande parte o vocabulário arquitetônico da época colonial.
Neste múltiplo aspecto, os desenhos e documentos do Arquivo Histórico Colonial, com aqueles dos arquivos públicos brasileiros, constituem indiscutivelmente a maior fonte para o estudo da arquitetura colonial, fora dos livros, muitas vezes incompletos e insatisfatórios, das irmandades e confrarias religiosas.
Na ocasião do quarto centenário da fundação da cidade do Salvador, primeira capital do Brasil, convém chamar atenção, embora de forma modesta e incompleta, para o material especificamente baiano que, entre as suas variadíssimas riquezas, a coleção abrange.
Seis peças de grande importância para a história da arquitetura colonial baiana são examinadas. Cada uma vem acompanhada dos principais documentos que lhe dizem respeito, citados integralmente, e de um breve comentário histórico e artístico baseado nos mesmos documentos, e escrito com relação aos monumentos contemporâneos existentes na Bahia.

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