Jango E Eu

João Vicente tinha 7 anos, mas se recorda bem da noite do dia 31 de março de 1964, quando uma agitação diferente tomou conta dos corredores da Granja do Torto, uma das residências oficiais do presidente da República.


Telefonemas, cuidados especiais e, na manhã do dia seguinte, malas arrumadas para uma viagem que parecia ser curta. Nada de brinquedos. Nem da pompa que cercava os deslocamentos da família. O avião também não era o da Força Aérea Brasileira (FAB).
Viajaram para Porto Alegre ele, a irmã Denize e a mãe Maria Thereza. Depois para São Borja e só então para o Uruguai, destino da família após o golpe que depôs o patriarca, João Goulart, presidente eleito do Brasil, e mergulhou o país numa ditadura que duraria mais de 20 anos. A história do exílio dos Goulart, vista de dentro, pelo seu filho mais velho e companheiro de viagem e de vida.
No livro, João Vicente relembra todos os passos da família, reconstrói diálogos de Jango em casa, com os amigos e políticos que iam visitá-lo, conta como era o dia a dia dele e da irmã, que precisaram aprender uma nova língua, frequentar uma nova escola, fazer novos amigos e se habituar ao clima frio do Uruguai e à distância da família e amigos que ficaram no Brasil.

Quando decidimos reconstruir nossa memória, o fizemos por uma causa justa. Trazer novamente a verdade à tona, reviver e repassar as lembranças dos dias de degredo em família com o golpe de 1964. Relembrar os acontecimentos, mergulhando no fundo da memória, para que as novas gerações de brasileiros possam conhecer os difíceis momentos que, há cinco décadas, um menino de 7 anos começou a viver, compreendendo uma nova realidade fora dos palácios presidenciais: o exílio.
Dias que passaram, mas não serão esquecidos. Escrever este livro é como sonhar, viver novamente e despertar o passado. Não pretendo apresentar dados técnicos e históricos, documentos do acervo do Instituto Presidente João Goulart, bibliografia de consulta, nem sequer tese universitária, não tomarei partido do certo ou do errado do golpe de Estado de 1964 que afastou Jango, meu pai, do poder. Quero apenas fechar os olhos e relatar, tal como um vapor subterrâneo de minha consciência emanando lembranças – como um gêiser, um turbilhão de memórias de minha infância junto a meu pai – que brotam do fundo do nosso desterro.

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João Vicente tinha 7 anos, mas se recorda bem da noite do dia 31 de março de 1964, quando uma agitação diferente tomou conta dos corredores da Granja do Torto, uma das residências oficiais do presidente da República.
Telefonemas, cuidados especiais e, na manhã do dia seguinte, malas arrumadas para uma viagem que parecia ser curta. Nada de brinquedos. Nem da pompa que cercava os deslocamentos da família. O avião também não era o da Força Aérea Brasileira (FAB).
Viajaram para Porto Alegre ele, a irmã Denize e a mãe Maria Thereza. Depois para São Borja e só então para o Uruguai, destino da família após o golpe que depôs o patriarca, João Goulart, presidente eleito do Brasil, e mergulhou o país numa ditadura que duraria mais de 20 anos. A história do exílio dos Goulart, vista de dentro, pelo seu filho mais velho e companheiro de viagem e de vida.
No livro, João Vicente relembra todos os passos da família, reconstrói diálogos de Jango em casa, com os amigos e políticos que iam visitá-lo, conta como era o dia a dia dele e da irmã, que precisaram aprender uma nova língua, frequentar uma nova escola, fazer novos amigos e se habituar ao clima frio do Uruguai e à distância da família e amigos que ficaram no Brasil.

Quando decidimos reconstruir nossa memória, o fizemos por uma causa justa. Trazer novamente a verdade à tona, reviver e repassar as lembranças dos dias de degredo em família com o golpe de 1964. Relembrar os acontecimentos, mergulhando no fundo da memória, para que as novas gerações de brasileiros possam conhecer os difíceis momentos que, há cinco décadas, um menino de 7 anos começou a viver, compreendendo uma nova realidade fora dos palácios presidenciais: o exílio.
Dias que passaram, mas não serão esquecidos. Escrever este livro é como sonhar, viver novamente e despertar o passado. Não pretendo apresentar dados técnicos e históricos, documentos do acervo do Instituto Presidente João Goulart, bibliografia de consulta, nem sequer tese universitária, não tomarei partido do certo ou do errado do golpe de Estado de 1964 que afastou Jango, meu pai, do poder. Quero apenas fechar os olhos e relatar, tal como um vapor subterrâneo de minha consciência emanando lembranças – como um gêiser, um turbilhão de memórias de minha infância junto a meu pai – que brotam do fundo do nosso desterro.

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