Caipira Sim, Trouxa Não

O objeto da presente pesquisa é a representação das práticas culturais caipiras no cinema de Amacio Mazzaropi, sendo seus conceitos norteadores os vinculados às noções de cultura, cultura popular e cultura de massa.


O corpo teórico possui como fundamento principal a obra A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais de Mikhail Bakhtin.
Nela o autor explica que a cultura popular, pautada pelo cômico, utiliza-se do deboche e da sátira como uma forma de resistência aos valores e à ideologia dominante.
Dos 32 filmes de Ma zzaropi foram escolhidos Chico Fumaça (1958), Chofer de praça (1958), Jeca Tatu (1959) e Tristeza do Jeca (1961).
Nesses filmes foi representada a realidade social dos caipiras, inclusive a relação conflitiva com os proprietários de terra e com os hábitos e costumes citadinos.
A partir da análise desses filmes, podemos afirmar que a cultura popular neles representada caracteriza-se pela ambiguidade, algumas vezes subordinando-se, em outras se rebelando contra os valores dominantes e as regras instituídas.
Quanto ao método, os seus filmes foram analisados à luz do período em que foram produzidos, ou seja, no contexto de hegemonia da política e ideologia desenvolvimentista, no entanto, não compactuando com suas propostas.
Caipira sim, Trouxa não aborda os inúmeros estereótipos agregados à imagem do caipira, personagem presente principalmente no interior de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, a partir do ponto de vista apresentado nos filmes de Mazzaropi.
Caipira sim, Trouxa não entende e justifica a importância de Mazzaropi, de sua obra e dos caipiras, levando em consideração que um registro fílmico é uma problematização da realidade, não necessariamente um recorte fiel da História.
O caipira construído por Mazzaropi em seus filmes é bem diferente daquele construído por Monteiro Lobato, que atribuía a personagens caipiras a imagem de ignorantes, preguiçosos e bobos.
Mazzaropi, nadando contra a corrente, capturou as contradições existentes nas relações entre a cidade e o campo, revelando, sobretudo, outro lado do espírito paulista, mostrando o cotidiano daqueles que iam contra os valores dominantes.
Com a intenção de divertir o público, Mazzaropi era um cineasta completo, que investiu tudo em suas obras. Escrevia roteiros, dirigia seus filmes, produzia cenários, músicas e também atuava.
Lotava as salas de cinema e foi responsável por lançar atores e músicos como, por exemplo, Tarcísio Meira. Vindo do interior paulista, do seio da comunidade caipira, Mazzaropi teve de romper preconceitos e superar dificuldades para chegar ao lugar que chegou, tornando-se um dos mais bem sucedidos cineastas de sua época.

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Nela o autor explica que a cultura popular, pautada pelo cômico, utiliza-se do deboche e da sátira como uma forma de resistência aos valores e à ideologia dominante.
Dos 32 filmes de Ma zzaropi foram escolhidos Chico Fumaça (1958), Chofer de praça (1958), Jeca Tatu (1959) e Tristeza do Jeca (1961).
Nesses filmes foi representada a realidade social dos caipiras, inclusive a relação conflitiva com os proprietários de terra e com os hábitos e costumes citadinos.
A partir da análise desses filmes, podemos afirmar que a cultura popular neles representada caracteriza-se pela ambiguidade, algumas vezes subordinando-se, em outras se rebelando contra os valores dominantes e as regras instituídas.
Quanto ao método, os seus filmes foram analisados à luz do período em que foram produzidos, ou seja, no contexto de hegemonia da política e ideologia desenvolvimentista, no entanto, não compactuando com suas propostas.
Caipira sim, Trouxa não aborda os inúmeros estereótipos agregados à imagem do caipira, personagem presente principalmente no interior de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, a partir do ponto de vista apresentado nos filmes de Mazzaropi.
Caipira sim, Trouxa não entende e justifica a importância de Mazzaropi, de sua obra e dos caipiras, levando em consideração que um registro fílmico é uma problematização da realidade, não necessariamente um recorte fiel da História.
O caipira construído por Mazzaropi em seus filmes é bem diferente daquele construído por Monteiro Lobato, que atribuía a personagens caipiras a imagem de ignorantes, preguiçosos e bobos.
Mazzaropi, nadando contra a corrente, capturou as contradições existentes nas relações entre a cidade e o campo, revelando, sobretudo, outro lado do espírito paulista, mostrando o cotidiano daqueles que iam contra os valores dominantes.
Com a intenção de divertir o público, Mazzaropi era um cineasta completo, que investiu tudo em suas obras. Escrevia roteiros, dirigia seus filmes, produzia cenários, músicas e também atuava.
Lotava as salas de cinema e foi responsável por lançar atores e músicos como, por exemplo, Tarcísio Meira. Vindo do interior paulista, do seio da comunidade caipira, Mazzaropi teve de romper preconceitos e superar dificuldades para chegar ao lugar que chegou, tornando-se um dos mais bem sucedidos cineastas de sua época.

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