Obra Autobiográfica

Como relembra em “Aventuras de um economista”, texto seu publicado pela Unesco em 1973, a primeira paixão intelectual de Celso Furtado foi a História, desde a idade de catorze anos. A segunda foi a literatura, lida ainda menino e com atenção permanente.


Leu muito de autores positivistas, ainda em moda em sua juventude. Está aí a primeira linha de influência. A segunda será Marx, “subproduto de meu interesse pela História”.
A terceira é a sociologia norte-americana, com a “teoria antropológica da cultura”, revelada por Gilberto Freyre em Casa-grande e senzala, que lhe deu instrumental de trabalho, embora pouco o marcasse “no que respeita a sua mensagem substantiva”.
O autodiagnóstico é perfeito, pois seus leitores percebem que pouco ou nada o marcou. A obra de Freyre, de influência avassaladora nas primeiras décadas de seu aparecimento, não deixou sinais na trajetória desse estudioso do processo social.
Celso Furtado adquiriu notoriedade nacional como homem público e economista. Paraibano de Pombal, jovem ainda saiu de sua pequena cidade e foi estudar na capital do estado, e, pouco depois, em Recife. Em seguida, foi para o Rio de Janeiro, em 1939, onde cursou a faculdade de direito da chamada Universidade do Brasil, na qual se diplomou em 1944.
Desde 1940 é jornalista na Revista da Semana. Em 1943 é aprovado em concurso do Dasp e começa a carreira de funcionário público, na qual se mantém, nunca tendo se vinculado a empresas privadas. Dominado por preocupações com problemas de administração, detém-se em questões de organização, cujas teorias estuda, dando vigor à sua atividade no setor público.
Logo após ter se formado em direito, Celso Furtado seguiu para a Europa como soldado da Força Expedicionária Brasileira. Pouco atuou no campo de batalha, pois a guerra estava no fim. Foi para a Itália em janeiro de 1945, a guerra terminou em setembro, e já antes, em agosto, retorna ao Brasil. Essa terá sido a sua primeira grande viagem.
Muito da experiência de então está retratado em seu livro de estreia, Contos da vida expedicionária — De Nápoles a Paris, de 1946. Começa, pois, por uma obra de ficção, que pouco marcará a sua trajetória de escritor nos primeiros anos. Não se detém no Brasil, logo segue de novo para a Europa, em dezembro de 1946, agora para fazer um doutorado em economia na Universidade de Paris, concluído em junho de 1948.

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Leu muito de autores positivistas, ainda em moda em sua juventude. Está aí a primeira linha de influência. A segunda será Marx, “subproduto de meu interesse pela História”.
A terceira é a sociologia norte-americana, com a “teoria antropológica da cultura”, revelada por Gilberto Freyre em Casa-grande e senzala, que lhe deu instrumental de trabalho, embora pouco o marcasse “no que respeita a sua mensagem substantiva”.
O autodiagnóstico é perfeito, pois seus leitores percebem que pouco ou nada o marcou. A obra de Freyre, de influência avassaladora nas primeiras décadas de seu aparecimento, não deixou sinais na trajetória desse estudioso do processo social.
Celso Furtado adquiriu notoriedade nacional como homem público e economista. Paraibano de Pombal, jovem ainda saiu de sua pequena cidade e foi estudar na capital do estado, e, pouco depois, em Recife. Em seguida, foi para o Rio de Janeiro, em 1939, onde cursou a faculdade de direito da chamada Universidade do Brasil, na qual se diplomou em 1944.
Desde 1940 é jornalista na Revista da Semana. Em 1943 é aprovado em concurso do Dasp e começa a carreira de funcionário público, na qual se mantém, nunca tendo se vinculado a empresas privadas. Dominado por preocupações com problemas de administração, detém-se em questões de organização, cujas teorias estuda, dando vigor à sua atividade no setor público.
Logo após ter se formado em direito, Celso Furtado seguiu para a Europa como soldado da Força Expedicionária Brasileira. Pouco atuou no campo de batalha, pois a guerra estava no fim. Foi para a Itália em janeiro de 1945, a guerra terminou em setembro, e já antes, em agosto, retorna ao Brasil. Essa terá sido a sua primeira grande viagem.
Muito da experiência de então está retratado em seu livro de estreia, Contos da vida expedicionária — De Nápoles a Paris, de 1946. Começa, pois, por uma obra de ficção, que pouco marcará a sua trajetória de escritor nos primeiros anos. Não se detém no Brasil, logo segue de novo para a Europa, em dezembro de 1946, agora para fazer um doutorado em economia na Universidade de Paris, concluído em junho de 1948.

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