Joaquim Nabuco E Os Abolicionistas Britânicos

Um dos aspectos menos estudados da luta de Joaquim Nabuco contra a escravidão é sua relação com os abolicionistas britânicos.
Essa relação aparece em geral como algo secundário, como um recurso para cobrir os intervalos em que ele era excluído da Câmara.


As 110 cartas incluídas neste livro, trocadas entre Nabuco e os abolicionistas britânicos, indicam coisa diferente. O contato entre eles significou uma parceria buscada conscientemente por Nabuco com a finalidade de expandir a arena da luta para o cenário internacional.
Melhor dito, para o centro da economia e do poder mundial na época.
Como mostram as cartas, a tática foi plenamente exitosa.
O jovem Nabuco e a escravidão Não por acaso, o contato de Nabuco com os abolicionistas britânicos verificou-se em 1880, logo depois que ele, como deputado, decidiu envolver-se na campanha abolicionista.
Foi um discurso seu na Câmara que despertou o interesse externo. Antes de 1879, Nabuco não mostrara disposição nem para a política nem para a luta contra a escravidão.
É muito conhecido o capítulo de Minha formação intitulado “Massangana”, em que ele descreve sua visita em 1869 à capela do antigo engenho em Pernambuco que fora propriedade de sua madrinha e onde se criara. Tinha ele então 20 anos.
Entrou no pequeno cercado que servira de cemitério para os escravos. Entre as cruzes que marcavam os túmulos, deixou-se levar pelas reminiscências da infância e evocou pelos nomes muitos dos cativos que conhecera.
Registrou no livro: “Foi assim que o problema moral da escravidão se desenhou pela primeira vez aos meus olhos em sua nitidez perfeita e com sua solução obrigatória”.
E logo a seguir acrescentou: “[...] e então ali mesmo, aos 20 anos, formei a resolução de votar a minha vida, se assim me fosse dado, ao serviço da raça generosa entre todas que a desigualdade da sua condição enternecia em vez de azedar e que por sua doçura no sofrimento emprestava até mesmo à opressão de que era vítima um reflexo de bondade...”.

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Um dos aspectos menos estudados da luta de Joaquim Nabuco contra a escravidão é sua relação com os abolicionistas britânicos.
Essa relação aparece em geral como algo secundário, como um recurso para cobrir os intervalos em que ele era excluído da Câmara.
As 110 cartas incluídas neste livro, trocadas entre Nabuco e os abolicionistas britânicos, indicam coisa diferente. O contato entre eles significou uma parceria buscada conscientemente por Nabuco com a finalidade de expandir a arena da luta para o cenário internacional.
Melhor dito, para o centro da economia e do poder mundial na época.
Como mostram as cartas, a tática foi plenamente exitosa.
O jovem Nabuco e a escravidão Não por acaso, o contato de Nabuco com os abolicionistas britânicos verificou-se em 1880, logo depois que ele, como deputado, decidiu envolver-se na campanha abolicionista.
Foi um discurso seu na Câmara que despertou o interesse externo. Antes de 1879, Nabuco não mostrara disposição nem para a política nem para a luta contra a escravidão.
É muito conhecido o capítulo de Minha formação intitulado “Massangana”, em que ele descreve sua visita em 1869 à capela do antigo engenho em Pernambuco que fora propriedade de sua madrinha e onde se criara. Tinha ele então 20 anos.
Entrou no pequeno cercado que servira de cemitério para os escravos. Entre as cruzes que marcavam os túmulos, deixou-se levar pelas reminiscências da infância e evocou pelos nomes muitos dos cativos que conhecera.
Registrou no livro: “Foi assim que o problema moral da escravidão se desenhou pela primeira vez aos meus olhos em sua nitidez perfeita e com sua solução obrigatória”.
E logo a seguir acrescentou: “[…] e então ali mesmo, aos 20 anos, formei a resolução de votar a minha vida, se assim me fosse dado, ao serviço da raça generosa entre todas que a desigualdade da sua condição enternecia em vez de azedar e que por sua doçura no sofrimento emprestava até mesmo à opressão de que era vítima um reflexo de bondade…”.

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