Abdias Do Nascimento – O Genocídio Do Negro Brasileiro

O Genocídio Do Negro Brasileiro conta a perseguição que Abdias sofreu do regime militar, quando o Itamaraty tentou silenciá-lo em Lagos, Nigéria, no 2º FESMAN / FESTAC ’77. O governo brasileiro conseguiu vetar o nome dele e foi desfeito o convite para ser palestrante.

A Universidade de Ife, onde Abdias lecionava como professor visitante, publicou seu trabalho em mimeógrafo. Abdias se inscreveu como observador e o distribuiu pessoalmente aos delegados. Teve o apoio de intelectuais africanos e da diáspora e fez sua denúncia do racismo brasileiro. A imprensa nigeriana publicou o texto.
Basicamente O Genocídio Do Negro Brasileiro reproduz o ensaio que redigi para o Colóquio do Segundo Festival Mundial de Artes e Cultura Negras, realizado em Lagos, entre 15 de Janeiro e 12 de fevere1ro de 1977, a pedido do então diretor do Colóquio, Professor Pio Zirimu. O trabalho deveria ser apresentado como conferencia pública na série que constituiu um dos pontos altos no desenrolar do colóquio.
Este projeto não se concretizou porque o documento f0i rejeitado pelo “establishment”, segundo a expressão do próprio Professor Zirimu em carta que me escreveu a 15 de dezembro de 1976, apenas quinze dias antes de sua morte. Alguns excertos desta carta foram transcritos à página In Memoriam, onde rendo homenagens a este scholar e irmão falecido antes que pudesse assistir à abertura do Colóquio cuja organização lhe consumiu anos de trabalho incansável.
Gostaria de relatar, ainda que resumidamente, a história da recusa do meu trabalho – evento que certamente permanecerá como um capítulo escuso suspenso sobre a cabeça dos responsáveis, especialmente porque os motivos da rejeição continuam ocultos pelo véu do segredo oficial e do mistério.
A imprensa da Nigéria permaneceu solidária com meu protesto e com minha inútil tentativa em desvelar o “mistério”. O Sunday Times, edição dominical do Daily Times, um dos mais importantes diários do país, iniciou a divulgação da ocorrência publicando ampla reportagem de primeira página a 23 de janeiro de 1977, sob o título-manchete “Professor Explode”, assinado por Achike Chuks Okafo. Na mesma edição, à página treze, aparece ainda breve entrevista com o autor intitulada: “The Blackman’s Burden in Brazil” (A carga do negro no Brasil).

  

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Basicamente O Genocídio Do Negro Brasileiro reproduz o ensaio que redigi para o Colóquio do Segundo Festival Mundial de Artes e Cultura Negras, realizado em Lagos, entre 15 de Janeiro e 12 de fevere1ro de 1977, a pedido do então diretor do Colóquio, Professor Pio Zirimu. O trabalho deveria ser apresentado como conferencia pública na série que constituiu um dos pontos altos no desenrolar do colóquio.
Este projeto não se concretizou porque o documento f0i rejeitado pelo “establishment”, segundo a expressão do próprio Professor Zirimu em carta que me escreveu a 15 de dezembro de 1976, apenas quinze dias antes de sua morte. Alguns excertos desta carta foram transcritos à página In Memoriam, onde rendo homenagens a este scholar e irmão falecido antes que pudesse assistir à abertura do Colóquio cuja organização lhe consumiu anos de trabalho incansável.
Gostaria de relatar, ainda que resumidamente, a história da recusa do meu trabalho – evento que certamente permanecerá como um capítulo escuso suspenso sobre a cabeça dos responsáveis, especialmente porque os motivos da rejeição continuam ocultos pelo véu do segredo oficial e do mistério.
A imprensa da Nigéria permaneceu solidária com meu protesto e com minha inútil tentativa em desvelar o “mistério”. O Sunday Times, edição dominical do Daily Times, um dos mais importantes diários do país, iniciou a divulgação da ocorrência publicando ampla reportagem de primeira página a 23 de janeiro de 1977, sob o título-manchete “Professor Explode”, assinado por Achike Chuks Okafo. Na mesma edição, à página treze, aparece ainda breve entrevista com o autor intitulada: “The Blackman’s Burden in Brazil” (A carga do negro no Brasil).

  

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