Violência E Segurança Pública

Os ventos da juventude – que sempre misturam um pouco de ingenuidade e um pouco de ousadia – estimularam Mateus Andrade de Freitas, de 21 anos, morador da cidade de Santos, litoral do estado de São Paulo, a encarar aquele dia como se fosse apenas mais um.

A tarde caía e o relógio indicava ser hora de enfrentar um novo período de aulas.
Abrindo a geladeira, Mateus verteu um copo de refrigerante, sobra da festa que havia ocorrido em sua casa no domingo, na qual, além do dia das mães, ele e sua família celebraram os 80 anos de sua avó. Terminando de arrumar a mochila, dirigiu-se, enfim, à escola.
Mas aqueles não eram exatamente dias como outros – e, no fundo, tanto Mateus quanto seus familiares sabiam disso. A TV, sempre ligada na pequena sala de estar de sua casa, havia noticiado durante toda a tarde a ocorrência de trágicos eventos em várias partes do estado. Todos esses casos seguiam mais ou menos o mesmo padrão. Jovens como Mateus, que em geral estavam apenas a circular por espaços públicos da cidade, como ruas ou padarias, vinham sendo sistematicamente alvejados – e quase sempre de maneira fatal. Encapuzados, os autores desses tiros saltavam de carros ou motos, abordavam as vítimas, efetuavam os disparos, e partiam em retirada, de maneira tão rápida e decidida como haviam aparecido.
Mateus, no entanto, não foi capaz de ligar uma coisa à outra quando, chegando à escola, foi dispensado junto com outros colegas sem explicações. Entre esses colegas, estava outro jovem, Ricardo Porto Noronha.
Vendo que a noite havia lhe reservado um tempo com o qual não contava de antemão, Mateus passou em casa, deixou a mochila e foi se encontrar com Ricardo e o restante da turma em uma pizzaria do bairro. Não tardou muito para que o cotidiano dos dois jovens passasse a integrar o infeliz repertório dos eventos reportados horas antes na TV.
Homens encapuzados entraram de súbito na pizzaria, dispararam fatalmente contra ambos, abandonaram o local e – além dos corpos ensanguentados e inertes – deixaram muito pânico e tristeza na memória das testemunhas.

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Abrindo a geladeira, Mateus verteu um copo de refrigerante, sobra da festa que havia ocorrido em sua casa no domingo, na qual, além do dia das mães, ele e sua família celebraram os 80 anos de sua avó. Terminando de arrumar a mochila, dirigiu-se, enfim, à escola.
Mas aqueles não eram exatamente dias como outros – e, no fundo, tanto Mateus quanto seus familiares sabiam disso. A TV, sempre ligada na pequena sala de estar de sua casa, havia noticiado durante toda a tarde a ocorrência de trágicos eventos em várias partes do estado. Todos esses casos seguiam mais ou menos o mesmo padrão. Jovens como Mateus, que em geral estavam apenas a circular por espaços públicos da cidade, como ruas ou padarias, vinham sendo sistematicamente alvejados – e quase sempre de maneira fatal. Encapuzados, os autores desses tiros saltavam de carros ou motos, abordavam as vítimas, efetuavam os disparos, e partiam em retirada, de maneira tão rápida e decidida como haviam aparecido.
Mateus, no entanto, não foi capaz de ligar uma coisa à outra quando, chegando à escola, foi dispensado junto com outros colegas sem explicações. Entre esses colegas, estava outro jovem, Ricardo Porto Noronha.
Vendo que a noite havia lhe reservado um tempo com o qual não contava de antemão, Mateus passou em casa, deixou a mochila e foi se encontrar com Ricardo e o restante da turma em uma pizzaria do bairro. Não tardou muito para que o cotidiano dos dois jovens passasse a integrar o infeliz repertório dos eventos reportados horas antes na TV.
Homens encapuzados entraram de súbito na pizzaria, dispararam fatalmente contra ambos, abandonaram o local e – além dos corpos ensanguentados e inertes – deixaram muito pânico e tristeza na memória das testemunhas.

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