O Diabo Dos Números

Matemática? Aquela montanha de números sem sentido? Aqueles cálculos que não servem para calcular nada? Não, nem pensar. O autor deste livro sobre matemática é um dos maiores poetas contemporâneos de língua alemã - e esse dado já seria suficiente para indicar até que ponto O diabo dos números é original.

O livro nega desde o início aquele lugar-comum segundo o qual quem gosta de matemática não gosta de literatura ou, numa outra versão, quem sabe fazer conta não sabe escrever.
Robert, o menino do pijama azul, fazia parte dessa maioria que acha os números não só monstruosos, mas também absurdos e inúteis. Um dia, entretanto, ele começa a sonhar com um certo Teplotaxl, um diabo que pinta e borda com a matemática. No total, são doze sonhos, e a cada sonho o tal Teplotaxl faz malabarismos tão interessantes que os números simplesmente deixam de ser malditos. Ficam claros para Robert. Claros e diabolicamente divertidos.

— Mas quem é você? — Robert perguntou.
E o homem gritou numa altura que o surpreendeu:
— Sou o diabo dos números!
Robert, porém, não estava disposto a se deixar perturbar por um anãozinho daqueles.
— Em primeiro lugar — disse — , não existe nenhum diabo dos números.
— Ah, é? E por que você está falando comigo, se eu nem existo?
— Em segundo lugar, odeio tudo o que tenha a ver com matemática.
— E por quê?
— “ Se 2 padeiros fazem 444 rosquinhas em 6 horas, de quanto tempo precisarão 5 padeiros para fazer 88 rosquinhas?” Coisa mais idiota — Robert seguiu resmungando. — Um jeito estúpido de matar o tempo. Portanto, desapareça! Caia fora!
Com elegância, o diabo dos números saltou de sua folha de azedinha e foi sentar-se ao lado de Robert, que, em sinal de protesto, se acomodara na grama alta como as árvores.
— De onde você tirou essa história das rosquinhas?
Provavelmente da escola. — E de onde mais poderia ser? — disse Robert.
— O professor Bockel, um novato que dá aula de matemática para nós, está sempre com fome, embora já seja bem gordo. Quando ele pensa que não estamos vendo, porque estamos fazendo as contas que ele passa, ele tira escondido outra rosquinha da sua pasta. E devora a rosquinha enquanto nós fazemos nossas contas.
— Tudo bem — disse o diabo dos números com um sorrisinho irónico. — Não quero falar nada contra o seu professor, mas isso não tem nada a ver com matemática. Sabe de uma coisa? A maioria dos matemáticos de verdade nem sabe fazer contas. E, além do mais, eles nem têm tempo para isso. Para fazer contas existem as calculadoras. Você não tem uma? — Tenho, mas não podemos usar na escola.

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Matemática? Aquela montanha de números sem sentido? Aqueles cálculos que não servem para calcular nada? Não, nem pensar. O autor deste livro sobre matemática é um dos maiores poetas contemporâneos de língua alemã – e esse dado já seria suficiente para indicar até que ponto O diabo dos números é original. O livro nega desde o início aquele lugar-comum segundo o qual quem gosta de matemática não gosta de literatura ou, numa outra versão, quem sabe fazer conta não sabe escrever.
Robert, o menino do pijama azul, fazia parte dessa maioria que acha os números não só monstruosos, mas também absurdos e inúteis. Um dia, entretanto, ele começa a sonhar com um certo Teplotaxl, um diabo que pinta e borda com a matemática. No total, são doze sonhos, e a cada sonho o tal Teplotaxl faz malabarismos tão interessantes que os números simplesmente deixam de ser malditos. Ficam claros para Robert. Claros e diabolicamente divertidos.

— Mas quem é você? — Robert perguntou.
E o homem gritou numa altura que o surpreendeu:
— Sou o diabo dos números!
Robert, porém, não estava disposto a se deixar perturbar por um anãozinho daqueles.
— Em primeiro lugar — disse — , não existe nenhum diabo dos números.
— Ah, é? E por que você está falando comigo, se eu nem existo?
— Em segundo lugar, odeio tudo o que tenha a ver com matemática.
— E por quê?
— “ Se 2 padeiros fazem 444 rosquinhas em 6 horas, de quanto tempo precisarão 5 padeiros para fazer 88 rosquinhas?” Coisa mais idiota — Robert seguiu resmungando. — Um jeito estúpido de matar o tempo. Portanto, desapareça! Caia fora!
Com elegância, o diabo dos números saltou de sua folha de azedinha e foi sentar-se ao lado de Robert, que, em sinal de protesto, se acomodara na grama alta como as árvores.
— De onde você tirou essa história das rosquinhas?
Provavelmente da escola. — E de onde mais poderia ser? — disse Robert.
— O professor Bockel, um novato que dá aula de matemática para nós, está sempre com fome, embora já seja bem gordo. Quando ele pensa que não estamos vendo, porque estamos fazendo as contas que ele passa, ele tira escondido outra rosquinha da sua pasta. E devora a rosquinha enquanto nós fazemos nossas contas.
— Tudo bem — disse o diabo dos números com um sorrisinho irónico. — Não quero falar nada contra o seu professor, mas isso não tem nada a ver com matemática. Sabe de uma coisa? A maioria dos matemáticos de verdade nem sabe fazer contas. E, além do mais, eles nem têm tempo para isso. Para fazer contas existem as calculadoras. Você não tem uma? — Tenho, mas não podemos usar na escola.

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