A Odisseia Do Cinema Brasileiro

A história do cinema brasileiro exprime, antes de mais nada, o desejo de refletir uma identidade nacional em construção na tela. Cinema plural, impuro, de correntes que muitas vezes colidem mas convergem no desejo de oferecer um reflexo multifacetado de nós mesmos.

Das nossas contradições, imperfeições e querências, dos embates sociais, políticos, existenciais que nos caracterizam.
O Brasil teve uma intuição precoce para o cinema, costuma apontar Cacá Diegues. Poderia ser dito o mesmo da fotografia: radicado em Campinas, o fotógrafo Hercule Florence a descobre em 1833, antes, portanto, de Daguerre. Em 1896, apenas um ano depois da descoberta do cinematógrafo em Lyon, foi feita a primeira projeção pública de imagens realizadas pelos irmãos Lumière em São Paulo. Os irmãos Segreto logo filmariam as primeiras imagens realizadas no Brasil. Cedo, muito cedo, comenta Cacá.
Contar a história dessa atração pelas imagens em movimento não é tarefa simples, tal o número de vertentes, ciclos regionais e movimentos que, como o Cinema Novo, redefiniram as possibilidades do cinema brasileiro. Em Les Rêves d’Icare (1940-1970) [“Os sonhos de Ícaro”], Laurent Desbois ofereceu uma interpretação cuidadosa de nossa cinematografia, desde as primeiras investigações com o cinematógrafo até o cinema dos anos 1970, em luta para sobreviver ao golpe militar. Publicado na França pela editora L’Harmattan, é um livro indispensável para quem quer mergulhar na história do cinema brasileiro. Um segundo volume foi publicado a seguir com o título La Complainte du phoenix (1970-2000) [O canto da fênix].
Doutor em literatura e ciências da arte pela faculdade Paris X, Laurent Desbois elegeu o Brasil como sua segunda casa. É um observador atento e independente, com o distanciamento crítico de quem vive entre culturas. Além de cinéfilo e pesquisador, é também um profundo conhecedor da nossa história social e política, das utopias e desilusões que nos definem.
A publicação de A odisseia do cinema brasileiro: da Atlântida a Cidade de Deus oferece um mergulho amplo e generoso sobre grande parte da nossa cinematografia. O recorte passa pelos anos da Atlântida ao turbilhão criativo do Cinema Novo (com um olhar atento às obras fundamentais de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos), do Tropicalismo ao cinema marginal, dos anos da Embrafilme à crise do desgoverno Collor e às indagações da Retomada.

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A história do cinema brasileiro exprime, antes de mais nada, o desejo de refletir uma identidade nacional em construção na tela. Cinema plural, impuro, de correntes que muitas vezes colidem mas convergem no desejo de oferecer um reflexo multifacetado de nós mesmos. Das nossas contradições, imperfeições e querências, dos embates sociais, políticos, existenciais que nos caracterizam.
O Brasil teve uma intuição precoce para o cinema, costuma apontar Cacá Diegues. Poderia ser dito o mesmo da fotografia: radicado em Campinas, o fotógrafo Hercule Florence a descobre em 1833, antes, portanto, de Daguerre. Em 1896, apenas um ano depois da descoberta do cinematógrafo em Lyon, foi feita a primeira projeção pública de imagens realizadas pelos irmãos Lumière em São Paulo. Os irmãos Segreto logo filmariam as primeiras imagens realizadas no Brasil. Cedo, muito cedo, comenta Cacá.
Contar a história dessa atração pelas imagens em movimento não é tarefa simples, tal o número de vertentes, ciclos regionais e movimentos que, como o Cinema Novo, redefiniram as possibilidades do cinema brasileiro. Em Les Rêves d’Icare (1940-1970) [“Os sonhos de Ícaro”], Laurent Desbois ofereceu uma interpretação cuidadosa de nossa cinematografia, desde as primeiras investigações com o cinematógrafo até o cinema dos anos 1970, em luta para sobreviver ao golpe militar. Publicado na França pela editora L’Harmattan, é um livro indispensável para quem quer mergulhar na história do cinema brasileiro. Um segundo volume foi publicado a seguir com o título La Complainte du phoenix (1970-2000) [O canto da fênix].
Doutor em literatura e ciências da arte pela faculdade Paris X, Laurent Desbois elegeu o Brasil como sua segunda casa. É um observador atento e independente, com o distanciamento crítico de quem vive entre culturas. Além de cinéfilo e pesquisador, é também um profundo conhecedor da nossa história social e política, das utopias e desilusões que nos definem.
A publicação de A odisseia do cinema brasileiro: da Atlântida a Cidade de Deus oferece um mergulho amplo e generoso sobre grande parte da nossa cinematografia. O recorte passa pelos anos da Atlântida ao turbilhão criativo do Cinema Novo (com um olhar atento às obras fundamentais de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos), do Tropicalismo ao cinema marginal, dos anos da Embrafilme à crise do desgoverno Collor e às indagações da Retomada.

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