A Comuna De Paris (1871): Origens E Massacre

Uma sociedade mais igualitária, fraterna e livre era a promessa de um governo criado por militantes de esquerda na poderosa Paris da segunda metade do século XIX.

Nesta comunidade, ou melhor, comuna, as classes populares formadas por trabalhadores, operários e miseráveis, oprimidas pelas péssimas condições de vida, poderiam finalmente circular na face iluminada da Cidade Luz, cuja ribalta era reservada somente para uma elite que desfrutava dos confortos remanescentes do passado imperial da capital francesa. Mas os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, lemas da Revolução Francesa, viriam a ser esmagados sob o som das baionetas, fuzis e das mitrailleuses – que inspiraria a criação da metralhadora. Por uma semana, Paris mergulhou em sangue. O governo francês instalado em Versalhes reprimiu violentamente essa sociedade autônoma. Em uma semana, corpos de homens, mulheres e crianças, fossem ou não simpatizantes da Comuna, tomaram as ruas de Paris no que foi chamado de Semana Sangrenta, de 21 a 28 de maio de 1871, considerado o maior massacre da Europa no século XIX.
A Comuna de Paris – 1871: origens e massacre, do prestigiado historiador da Universidade de Yale John Merriman, conta a história dessa sociedade que pretendia realizar o sonho de uma cidade onde todos se cumprimentassem pelo nome de cidadãos, e não de monsieur e madame, retrato de uma sociedade desigual, dominada por uma elite desumana, que vivia às custas de uma imensa classe de trabalhadores. Esses últimos, por sua vez, apesar de viverem em Paris, jamais podiam ser vistos circulando no Champs Elisées ou passando o tempo nas inúmeras cafeterias e bistrôs da capital francesa.
Em 18 de março de 1871, parisienses que moravam em Montmartre despertaram ao som das tropas francesas tentando se apoderar dos canhões da Guarda Nacional. As tropas estavam sob ordens de Adolphe Thiers, conservador que era chefe de um governo provisório recentemente instalado em Versalhes, antes residência dos Bourbon, monarcas do Antigo Regime. Thiers, temendo a mobilização de parisienses irados e radicais, queria desarmar Paris e sua Guarda Nacional. Os postos da Guarda eram preenchidos, em sua maior parte, por trabalhadores que queriam uma república forte e estavam enfurecidos com a capitulação do governo provisório na desastrosa guerra contra a Prússia, que começara em julho do ano anterior e causara a queda do Segundo Império (1852-1870), liderada pelo fraco Napoleão III.

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A Comuna De Paris (1871): Origens E Massacre

Uma sociedade mais igualitária, fraterna e livre era a promessa de um governo criado por militantes de esquerda na poderosa Paris da segunda metade do século XIX. Nesta comunidade, ou melhor, comuna, as classes populares formadas por trabalhadores, operários e miseráveis, oprimidas pelas péssimas condições de vida, poderiam finalmente circular na face iluminada da Cidade Luz, cuja ribalta era reservada somente para uma elite que desfrutava dos confortos remanescentes do passado imperial da capital francesa. Mas os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, lemas da Revolução Francesa, viriam a ser esmagados sob o som das baionetas, fuzis e das mitrailleuses – que inspiraria a criação da metralhadora. Por uma semana, Paris mergulhou em sangue. O governo francês instalado em Versalhes reprimiu violentamente essa sociedade autônoma. Em uma semana, corpos de homens, mulheres e crianças, fossem ou não simpatizantes da Comuna, tomaram as ruas de Paris no que foi chamado de Semana Sangrenta, de 21 a 28 de maio de 1871, considerado o maior massacre da Europa no século XIX.
A Comuna de Paris – 1871: origens e massacre, do prestigiado historiador da Universidade de Yale John Merriman, conta a história dessa sociedade que pretendia realizar o sonho de uma cidade onde todos se cumprimentassem pelo nome de cidadãos, e não de monsieur e madame, retrato de uma sociedade desigual, dominada por uma elite desumana, que vivia às custas de uma imensa classe de trabalhadores. Esses últimos, por sua vez, apesar de viverem em Paris, jamais podiam ser vistos circulando no Champs Elisées ou passando o tempo nas inúmeras cafeterias e bistrôs da capital francesa.
Em 18 de março de 1871, parisienses que moravam em Montmartre despertaram ao som das tropas francesas tentando se apoderar dos canhões da Guarda Nacional. As tropas estavam sob ordens de Adolphe Thiers, conservador que era chefe de um governo provisório recentemente instalado em Versalhes, antes residência dos Bourbon, monarcas do Antigo Regime. Thiers, temendo a mobilização de parisienses irados e radicais, queria desarmar Paris e sua Guarda Nacional. Os postos da Guarda eram preenchidos, em sua maior parte, por trabalhadores que queriam uma república forte e estavam enfurecidos com a capitulação do governo provisório na desastrosa guerra contra a Prússia, que começara em julho do ano anterior e causara a queda do Segundo Império (1852-1870), liderada pelo fraco Napoleão III.

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