São Tomás De Aquino Em 90 minutos

Tomás de Aquino morreu em 7 de março de 1274 e subiu aos céus. Quarenta e nove anos depois, virou santo; e em 1879 o papa Leão XIII declarou sua obra “a única filosofia verdadeira”.
Tomás de Aquino rompeu assim com a grande tradição filosófica do fracasso.

Isso o diferencia de todos os outros filósofos (e talvez mesmo da própria filosofia). Com efeito, parece não haver mais nada a dizer sobre o assunto. Isto é, a não ser que você creia que nosso pensamento fez alguns progressos desde a Cruzada das Crianças e o cinto de castidade.
Ter sido tema de hagiografias repulsivas, cheias de encantadoras anedotas e completa aceitação de muita bobagem metafísica não foi de grande valia para a reputação filosófica de Tomás de Aquino. Tudo o que podemos ver é uma figura sombria em meio a nuvens de incenso teológico. É difícil distinguir aí a mente filosófica mais refinada da Europa em um milênio (desde santo Agostinho). Mas Tomás de Aquino é sem dúvida desse porte.
Para apreciá-lo é necessário distinguir ao máximo entre a sua teologia e a sua filosofia. A primeira é absolutamente correta em todos os aspectos e está além de qualquer questionamento. (Qualquer um que duvide disso corteja a excomunhão instantânea e a perspectiva de uma vida pós-morte numa região subdesenvolvida, desprovida dos modernos confortos domésticos.) A filosofia, por outro lado, é algo cuja verdade está aberta à discussão. É isso que faz da filosofia o que ela é.
Mesmo na época de Tomás de Aquino havia uma diferença implícita entre teologia e filosofia. As duas conduziam suas argumentações de modo semelhante — por dedução, raciocínio, lógica e assim por diante. Mas em teologia tal conhecimento baseava-se na verdade revelada da fé. Os primeiros princípios da teologia apoiavam-se na crença em Deus. A filosofia, por outro lado, não exigia tal crença; ela partia de primeiros princípios que eram supostamente “auto-evidentes”. Estes baseavam-se na nossa percepção do mundo ao redor e exclusivamente no uso da razão.

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Tomás de Aquino morreu em 7 de março de 1274 e subiu aos céus. Quarenta e nove anos depois, virou santo; e em 1879 o papa Leão XIII declarou sua obra “a única filosofia verdadeira”.
Tomás de Aquino rompeu assim com a grande tradição filosófica do fracasso. Isso o diferencia de todos os outros filósofos (e talvez mesmo da própria filosofia). Com efeito, parece não haver mais nada a dizer sobre o assunto. Isto é, a não ser que você creia que nosso pensamento fez alguns progressos desde a Cruzada das Crianças e o cinto de castidade.
Ter sido tema de hagiografias repulsivas, cheias de encantadoras anedotas e completa aceitação de muita bobagem metafísica não foi de grande valia para a reputação filosófica de Tomás de Aquino. Tudo o que podemos ver é uma figura sombria em meio a nuvens de incenso teológico. É difícil distinguir aí a mente filosófica mais refinada da Europa em um milênio (desde santo Agostinho). Mas Tomás de Aquino é sem dúvida desse porte.
Para apreciá-lo é necessário distinguir ao máximo entre a sua teologia e a sua filosofia. A primeira é absolutamente correta em todos os aspectos e está além de qualquer questionamento. (Qualquer um que duvide disso corteja a excomunhão instantânea e a perspectiva de uma vida pós-morte numa região subdesenvolvida, desprovida dos modernos confortos domésticos.) A filosofia, por outro lado, é algo cuja verdade está aberta à discussão. É isso que faz da filosofia o que ela é.
Mesmo na época de Tomás de Aquino havia uma diferença implícita entre teologia e filosofia. As duas conduziam suas argumentações de modo semelhante — por dedução, raciocínio, lógica e assim por diante. Mas em teologia tal conhecimento baseava-se na verdade revelada da fé. Os primeiros princípios da teologia apoiavam-se na crença em Deus. A filosofia, por outro lado, não exigia tal crença; ela partia de primeiros princípios que eram supostamente “auto-evidentes”. Estes baseavam-se na nossa percepção do mundo ao redor e exclusivamente no uso da razão.

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