Não Há Lugar Para A Lógica Em Kassel

Em 2012, Enrique Vila-Matas foi convidado para fazer parte do maior evento de arte contemporânea do planeta: a Documenta, realizada na cidade alemã de Kassel. Lá, ele teria que ocupar a mesa de um restaurante chinês por alguns dias e escrever diante de todos que se aproximassem.


Em Não há lugar para a lógica em Kassel, espécie de “reportagem romanceada” sobre sua participação na feira, esse escritor maduro e experiente que é Vila-Matas se surpreende diante de uma linguagem artística mais complexa do que jamais imaginou. Entre o humor e o espanto, rodeado de estranhezas e maravilhas, o autor põe em xeque o papel do artista frente a uma Europa destroçada pela crise e reconstrói uma visão de mundo e da arte a partir de impensadas perspectivas.
Talvez esse desejo de que houvesse algo a mais fosse o eu nos levava a buscar o novo, a acreditar que exista algo que pudesse ainda ser distinto, não visto, especial, algo diferente ao dobrar uma esquina mais inesperada, por isso, alguns de nós passávamos a vida toda querendo ser vanguardistas {...}. detestávamos o rústico e o realista que consideravam que a tarefa do escritor era reproduzir, copiar, imitar a realidade, como se, em seu caótico devir e em sua monstruosa complexidade, a realidade pudesse ser apreendida e narrada, enlouquecíamos diante dos escritores que acreditavam que, quanto mais empíricos e prosaicos fosse, mais próximos estavam da verdade, quando, de fato, quanto mais detalhes uma pessoa acumulava, mais se afastava da realidade, maldizíamos os que preferiam ignorar o risco apenas porque tinham medo da solidão e do fracasso, desprezávamos os que não compreendiam que a grandeza de um escritor estava em sua condição, garantida de antemão, de fracassado, amávamos os que juravam que a arte estava somente na tentativa.

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Em 2012, Enrique Vila-Matas foi convidado para fazer parte do maior evento de arte contemporânea do planeta: a Documenta, realizada na cidade alemã de Kassel. Lá, ele teria que ocupar a mesa de um restaurante chinês por alguns dias e escrever diante de todos que se aproximassem.
Em Não há lugar para a lógica em Kassel, espécie de “reportagem romanceada” sobre sua participação na feira, esse escritor maduro e experiente que é Vila-Matas se surpreende diante de uma linguagem artística mais complexa do que jamais imaginou. Entre o humor e o espanto, rodeado de estranhezas e maravilhas, o autor põe em xeque o papel do artista frente a uma Europa destroçada pela crise e reconstrói uma visão de mundo e da arte a partir de impensadas perspectivas.
Talvez esse desejo de que houvesse algo a mais fosse o eu nos levava a buscar o novo, a acreditar que exista algo que pudesse ainda ser distinto, não visto, especial, algo diferente ao dobrar uma esquina mais inesperada, por isso, alguns de nós passávamos a vida toda querendo ser vanguardistas {…}. detestávamos o rústico e o realista que consideravam que a tarefa do escritor era reproduzir, copiar, imitar a realidade, como se, em seu caótico devir e em sua monstruosa complexidade, a realidade pudesse ser apreendida e narrada, enlouquecíamos diante dos escritores que acreditavam que, quanto mais empíricos e prosaicos fosse, mais próximos estavam da verdade, quando, de fato, quanto mais detalhes uma pessoa acumulava, mais se afastava da realidade, maldizíamos os que preferiam ignorar o risco apenas porque tinham medo da solidão e do fracasso, desprezávamos os que não compreendiam que a grandeza de um escritor estava em sua condição, garantida de antemão, de fracassado, amávamos os que juravam que a arte estava somente na tentativa.

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