Ficar Na Escola: Um Furo No Afeto

É salutar que uma psicanalista/pesquisadora se debruce sobre o tema do ficar entre os adolescentes na escola, pois entendo como uma contribuição essencial ao estudo de um dos fenômenos mais típicos dos tempos ditos pós-modernos.

A autora fala de algo que representa essa época de grandes e rápidas mudanças, essa nova forma de vínculo entre os sexos.
Vivemos hoje um momento de grande erotização nos meios de comunicação e isso é um estímulo, principalmente aos jovens, para uma sexualidade sem compromisso. A queda do tabu da virgindade e do sexo restrito ao casamento, nas décadas de 60-70, com a bandeira do “faça amor não faça a guerra”, quando se pregava a experiência do amor livre, possibilitou o surgimento de novas formas de contato, quando as trocas de carinho se dão de maneira menos comprometida possível.
Nunca a sexualidade esteve tão na mídia como na contemporaneidade. São fatos novos. A sexualidade entra em novos domínios, em tempos do vírus da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), quando o prevenir, o proteger, e o sexo seguro passam ao domínio da saúde pública. O amor livre se viu inibido pelo uso da camisinha e pelo medo da contaminação e o risco da morte, que nos remete ao Brasil do século XIX e início do século XX, quando se vivia sob a ameaça da sífilis, doença que se alastrou pelo país levando muitos à morte. Vemos nisso nova maneira de unir Eros a Tanatos, ligando prazer e morte, que Freud tão bem nos ensinou em seus trabalhos sobre a sexualidade humana e suas vicissitudes pulsionais.
Esses momentos prazerosos – às vezes nem tanto – que os jovens se permitem como um escape à formalização de um namoro, de um compromisso ou de um apaixonamento, retratam formas típicas do relacionamento amoroso comuns no final do século passado.
A autora nos apresenta uma pesquisa com trabalho de campo, decorrente de entrevistas semi-estruturadas, ouviu discursos de adolescentes, observou seus comportamentos, e analisou seus desenhos, construindo um trabalho rigoroso de interpretação e análise do material coletados.

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É salutar que uma psicanalista/pesquisadora se debruce sobre o tema do ficar entre os adolescentes na escola, pois entendo como uma contribuição essencial ao estudo de um dos fenômenos mais típicos dos tempos ditos pós-modernos. A autora fala de algo que representa essa época de grandes e rápidas mudanças, essa nova forma de vínculo entre os sexos.
Vivemos hoje um momento de grande erotização nos meios de comunicação e isso é um estímulo, principalmente aos jovens, para uma sexualidade sem compromisso. A queda do tabu da virgindade e do sexo restrito ao casamento, nas décadas de 60-70, com a bandeira do “faça amor não faça a guerra”, quando se pregava a experiência do amor livre, possibilitou o surgimento de novas formas de contato, quando as trocas de carinho se dão de maneira menos comprometida possível.
Nunca a sexualidade esteve tão na mídia como na contemporaneidade. São fatos novos. A sexualidade entra em novos domínios, em tempos do vírus da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), quando o prevenir, o proteger, e o sexo seguro passam ao domínio da saúde pública. O amor livre se viu inibido pelo uso da camisinha e pelo medo da contaminação e o risco da morte, que nos remete ao Brasil do século XIX e início do século XX, quando se vivia sob a ameaça da sífilis, doença que se alastrou pelo país levando muitos à morte. Vemos nisso nova maneira de unir Eros a Tanatos, ligando prazer e morte, que Freud tão bem nos ensinou em seus trabalhos sobre a sexualidade humana e suas vicissitudes pulsionais.
Esses momentos prazerosos – às vezes nem tanto – que os jovens se permitem como um escape à formalização de um namoro, de um compromisso ou de um apaixonamento, retratam formas típicas do relacionamento amoroso comuns no final do século passado.
A autora nos apresenta uma pesquisa com trabalho de campo, decorrente de entrevistas semi-estruturadas, ouviu discursos de adolescentes, observou seus comportamentos, e analisou seus desenhos, construindo um trabalho rigoroso de interpretação e análise do material coletados.

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