Do Aprender Ao Ensinar Com As Tecnologias Digitais

Alguns autores que no contexto brasileiro têm nos brindado com a aproximação da Psicanálise e Educação nos ajudaram a trazer para nossa área as contribuições de Freud na análise da profissão do professor como uma das tarefas impossíveis.

Tal impossibilidade se ancora na perspectiva de que todo ato educativo carrega em si o empreendimento do fracasso dada a “paixão humana pela ignorância”, além do fato de ao ser relacional, o ato é sempre dependente do outro, sendo imprevisível e contingente. Assim, o exercício da docência, na construção narcísica da profissão, afastou-se cada vez mais do “aprender” e concentrou-se exclusivamente no “ensinar”. Desse modo, a exigência do saber, do poder e da dominação tornam-se características centrais do trabalho docente e, obviamente, a consciência de qualquer fragilidade, nesta tríade, é uma das muitas razões para o sofrimento psíquico.
Como bem diz a epígrafe elegida acima, nenhum professor gosta de abrir mão da “arrogância narcísica” que mascará em certa medida, por exemplo, sua falta de saber.
Nesse movimento, as justificativas como “eu não estou preparado”, “não tive formação” são importantes recursos discursivos na busca da manutenção de alguma saúde profissional e psíquica. Diante de algum novo desafio, como as propostas de educação inclusiva ou o uso de tecnologias digitais em sala de aula, os discursos do “não saber”
emergem como retórica constante.
Consciente dessas assertivas, o livro aqui apresentado, oriundo de uma pesquisa de doutorado que tive o privilégio de orientar, discute os usos e desusos que os docentes fazem das tecnologias digitais no contexto da sala de aula. Dividido em cinco capítulos, Alaim Souza Neto parte do pressuposto de que as tecnologias digitais estão presentes na escola e que precisamos compreender como se configuram os usos que os docentes fazem delas no espaço da sala de aula.
Dentre estes usos, Alaim trabalha com a perspectiva de que o próprio “desuso” pode e deve nos sinalizar algo sobre o movimento de apropriação docente das tecnologias digitais.
Inspirado em estudos de natureza cartográfica e lançando mão de metáforas como “mapeamento”, “pistas”, “linhas”, o autor consegue nos trazer reflexões pertinentes e com um “sopro” de ineditismo sobre a temática, ao se concentrar em aspectos ainda poucos explorados dessa temática.

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Como bem diz a epígrafe elegida acima, nenhum professor gosta de abrir mão da “arrogância narcísica” que mascará em certa medida, por exemplo, sua falta de saber.
Nesse movimento, as justificativas como “eu não estou preparado”, “não tive formação” são importantes recursos discursivos na busca da manutenção de alguma saúde profissional e psíquica. Diante de algum novo desafio, como as propostas de educação inclusiva ou o uso de tecnologias digitais em sala de aula, os discursos do “não saber”
emergem como retórica constante.
Consciente dessas assertivas, o livro aqui apresentado, oriundo de uma pesquisa de doutorado que tive o privilégio de orientar, discute os usos e desusos que os docentes fazem das tecnologias digitais no contexto da sala de aula. Dividido em cinco capítulos, Alaim Souza Neto parte do pressuposto de que as tecnologias digitais estão presentes na escola e que precisamos compreender como se configuram os usos que os docentes fazem delas no espaço da sala de aula.
Dentre estes usos, Alaim trabalha com a perspectiva de que o próprio “desuso” pode e deve nos sinalizar algo sobre o movimento de apropriação docente das tecnologias digitais.
Inspirado em estudos de natureza cartográfica e lançando mão de metáforas como “mapeamento”, “pistas”, “linhas”, o autor consegue nos trazer reflexões pertinentes e com um “sopro” de ineditismo sobre a temática, ao se concentrar em aspectos ainda poucos explorados dessa temática.

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