Ágor@: Jornalismo De Proximidade

No complexo paradigma da relação entre o campo jornalístico e a sociedade democrática, a imprensa regional tem especial importância no contributo para a “regeneração” de um espaço público local, potenciando a capacidade racional e ação cívica dos cidadãos sobre assuntos da res publica.

Corresponder às necessidades da opinião civil, no âmbito do dever de cidadania de qualquer jornal, alimentar o mercado das informações a favor do interesse das audiências e captar fatias publicitárias para garantir os negócios é um dos mais desafiantes objetivos atuais e futuros. Também porque a imprensa convencional, seja local ou nacional, já não tem o exclusivo da mediação informativa. Multiplicaram-se as vozes e as narrativas pós-jornalísticas, de que a Internet é mãe, em modelos de comunicação horizontal de muitos para muitos.
O que Castells designa por mass self-communication ao caracterizar a atual network society.
Para manter a força social dos jornais na atual "era hipermoderna em que tudo é concorrencial, prolifera e se multiplica infinitamente" não basta o discurso de auto legitimação, simplificada em slogans, de que eles, como há duzentos anos, são a única mediação confiável para a sociedade civil. A nova paisagem não constitui uma ameaça para a imprensa. Pelo contrário, representa oportunidades para dinâmicas integradoras de modelos dialógicos de ação comunicativa descentralizada e participativa. A ideia de uma cidadania ativa e o alcance de uma sociedade civil cidadã depende também de uma imprensa regional ativa e dinâmica.
Nenhuma crítica ao jornalismo o reduz na sua primordial centralidade democrática.
Pelo contrário, reforça-o como uma instituição fundamental e imprescindível para toda a sociedade, pois serve ao interesse público. Muitas outras instituições o fazem.
Mas o jornalismo fá-lo de maneira frequentemente melhor.
Ao manter a clássica postura de vigilância sobre as outras instituições, com distanciamento ético, cimenta uma sociedade de valores supremos. Nomeadamente a liberdade.
Poucas instituições poderão cumprir essa singularidade de representatividade plural, em defesa de consciências cidadãs, ou “inteligências cidadãs”, nas palavras de Majo Hansotte. No sentido de que ser-se cidadão do mundo hoje, ao mesmo tempo que se é no país ou na comunidade de origem, "pressupõe um envolvimento e já não um simples atributo".

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No complexo paradigma da relação entre o campo jornalístico e a sociedade democrática, a imprensa regional tem especial importância no contributo para a “regeneração” de um espaço público local, potenciando a capacidade racional e ação cívica dos cidadãos sobre assuntos da res publica. Corresponder às necessidades da opinião civil, no âmbito do dever de cidadania de qualquer jornal, alimentar o mercado das informações a favor do interesse das audiências e captar fatias publicitárias para garantir os negócios é um dos mais desafiantes objetivos atuais e futuros. Também porque a imprensa convencional, seja local ou nacional, já não tem o exclusivo da mediação informativa. Multiplicaram-se as vozes e as narrativas pós-jornalísticas, de que a Internet é mãe, em modelos de comunicação horizontal de muitos para muitos.
O que Castells designa por mass self-communication ao caracterizar a atual network society.
Para manter a força social dos jornais na atual “era hipermoderna em que tudo é concorrencial, prolifera e se multiplica infinitamente” não basta o discurso de auto legitimação, simplificada em slogans, de que eles, como há duzentos anos, são a única mediação confiável para a sociedade civil. A nova paisagem não constitui uma ameaça para a imprensa. Pelo contrário, representa oportunidades para dinâmicas integradoras de modelos dialógicos de ação comunicativa descentralizada e participativa. A ideia de uma cidadania ativa e o alcance de uma sociedade civil cidadã depende também de uma imprensa regional ativa e dinâmica.
Nenhuma crítica ao jornalismo o reduz na sua primordial centralidade democrática.
Pelo contrário, reforça-o como uma instituição fundamental e imprescindível para toda a sociedade, pois serve ao interesse público. Muitas outras instituições o fazem.
Mas o jornalismo fá-lo de maneira frequentemente melhor.
Ao manter a clássica postura de vigilância sobre as outras instituições, com distanciamento ético, cimenta uma sociedade de valores supremos. Nomeadamente a liberdade.
Poucas instituições poderão cumprir essa singularidade de representatividade plural, em defesa de consciências cidadãs, ou “inteligências cidadãs”, nas palavras de Majo Hansotte. No sentido de que ser-se cidadão do mundo hoje, ao mesmo tempo que se é no país ou na comunidade de origem, “pressupõe um envolvimento e já não um simples atributo”.

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