A Ética Da Liberdade Em Kierkegaard: Uma Contraposição Entre As Teses Do Juiz Wilhelm E De Johannes O Sedutor

Escrever sobre Kierkegaard é uma atividade que penetra na existência de um investigador em filosofia.
Assim, como o próprio autor dizia em seus Diários, é preciso uma certa vocação de detetive para adentrar em suas figuras paradoxais e pseudo-nímicas.

Dessa forma, esta dissertação é o resultado de dois anos de várias leituras que se projetaram em questões como a ironia, a subjetividade e o próprio erotismo. São essas marcas filosóficas que fazem de Kierkegaard um filósofo diferenciado, tornando-o, talvez, uma exceção na História da Filosofia, pois sua obra transita pela psicologia e pela filosofia através de suas as discussões sobre categorias existenciais, tais como a paixão da fé e a relação com Deus.. Nesse sentido, nos caminhos e descaminhos da existência, a liberdade é a categoria que abarca melhor toda a multiplicidade semântica do filósofo, com todo o encanto polissêmico para quem o lê. Desvendar o enigma kierkegaardiano é encontrar a si, e, desse modo, o indivíduo acaba se espelhando no próprio filósofo, construindo assim também a sua atividade de escritor, variando entre a estética, a ética e a religião. Nesse sentido, não é possível ignorar os recursos estilísticos de Kierkegaard, principalmente pelo fato da enorme reverberação que eles tiveram na contemporaneidade e assim se valer de alguma estratégia que conduza o indivíduo para a consciência de si numa síntese entre o eu e o mundo.
Essa síntese é vista por Kierkegaard também na relação entre a Ética, a Estética e a Religião. No caso da Liberdade, escolher entre a Estética e a Ética é o primeiro passo para o indivíduo estar apto para compreender o salto da fé. É possível que mesmo escolhendo a estética o indivíduo tome consciência da religião - de certo modo, foi justamente isso que Kierkegaard fez ao falar da estética de uma maneira tão profunda e ao mesmo tempo tão ironicamente crítica. Logo, a persuasão kierkegaardiana esteticamente aplicada à uma crítica da liberdade do indivíduo é justamente a base para a contraposição entre as teses da ética e da estética que serão apresentadas no decorrer da presente investigação. Realizar essa reflexão tem como objetivo principalmente perceber como se dá a tomada de consciência do indivíduo no contexto de sua concepção de liberdade, e desse modo será possível entender em que medida há uma influência nas suas escolhas a partir do seu modo de pensar, crer, desejar e lidar com o outro.

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Escrever sobre Kierkegaard é uma atividade que penetra na existência de um investigador em filosofia.
Assim, como o próprio autor dizia em seus Diários, é preciso uma certa vocação de detetive para adentrar em suas figuras paradoxais e pseudo-nímicas. Dessa forma, esta dissertação é o resultado de dois anos de várias leituras que se projetaram em questões como a ironia, a subjetividade e o próprio erotismo. São essas marcas filosóficas que fazem de Kierkegaard um filósofo diferenciado, tornando-o, talvez, uma exceção na História da Filosofia, pois sua obra transita pela psicologia e pela filosofia através de suas as discussões sobre categorias existenciais, tais como a paixão da fé e a relação com Deus.. Nesse sentido, nos caminhos e descaminhos da existência, a liberdade é a categoria que abarca melhor toda a multiplicidade semântica do filósofo, com todo o encanto polissêmico para quem o lê. Desvendar o enigma kierkegaardiano é encontrar a si, e, desse modo, o indivíduo acaba se espelhando no próprio filósofo, construindo assim também a sua atividade de escritor, variando entre a estética, a ética e a religião. Nesse sentido, não é possível ignorar os recursos estilísticos de Kierkegaard, principalmente pelo fato da enorme reverberação que eles tiveram na contemporaneidade e assim se valer de alguma estratégia que conduza o indivíduo para a consciência de si numa síntese entre o eu e o mundo.
Essa síntese é vista por Kierkegaard também na relação entre a Ética, a Estética e a Religião. No caso da Liberdade, escolher entre a Estética e a Ética é o primeiro passo para o indivíduo estar apto para compreender o salto da fé. É possível que mesmo escolhendo a estética o indivíduo tome consciência da religião – de certo modo, foi justamente isso que Kierkegaard fez ao falar da estética de uma maneira tão profunda e ao mesmo tempo tão ironicamente crítica. Logo, a persuasão kierkegaardiana esteticamente aplicada à uma crítica da liberdade do indivíduo é justamente a base para a contraposição entre as teses da ética e da estética que serão apresentadas no decorrer da presente investigação. Realizar essa reflexão tem como objetivo principalmente perceber como se dá a tomada de consciência do indivíduo no contexto de sua concepção de liberdade, e desse modo será possível entender em que medida há uma influência nas suas escolhas a partir do seu modo de pensar, crer, desejar e lidar com o outro.

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