Introdução À Semântica: Brincando Com A Gramática

Uma das características que empobrecem o ensino médio da língua materna é a pouca atenção reservada ao estudo da significação. O tempo dedicado a esse tema é insignificante, comparado àquele que se gasta com “problemas” como a ortografia, a acentuação, a assimilação de regras gramaticais de concordância e regência

, e tantos outros, que deveriam dar aos alunos um verniz de “usuário culto da língua”. Esse descompasso é problemático quando se pensa na importância que as questões da significação têm, desde sempre, para a vida de todos os dias, e no peso que lhe atribuem hoje, com razão, em alguns instrumentos de avaliação importantes, tais como o Exame Nacional do Ensino Médio, os vestibulares que exigem interpretação de textos e o Exame Nacional de Cursos.
Alguns leitores dirão que o sentido está sempre presente quando se lê e se redige, e que nosso ensino pratica a leitura, a interpretação e a produção de textos.
Mesmo assim, fico preocupado. Em primeiro lugar, porque há diferentes maneiras de trabalhar com o texto, e algumas das que prevalecem na prática pouco têm a ver com interpretação (pense-se no tipo de correção de redações mais usado, que consiste em assinalar apenas os “erros” de ortografia, concordância e regência); em segundo lugar porque o trabalho sobre textos, tal como vem sendo praticado, dá mais atenção à interpretação a que se chega, do que ao enorme repertório de conhecimentos e à variedade dos processos que mobilizamos ao interpretar; e, finalmente porque o nosso ensino foi se reduzindo, de fato, a um conjunto muito limitado de atividades, em prejuízo de outras possíveis que não são sequer lembradas.
Ao contrário do que acontece com a “gramática”, simplesmente não existe em nosso ensino a tradição de tratar do sentido através de exercícios específicos, e isso leva o professor da escola média a acreditar que, nessa área, não há nada de interessante a fazer.
O propósito deste livro, que se destina aos alunos dos cursos de Letras e aos professores do ensino médio, é desfazer essa crença. Para isso, selecionei, aqui, 25 temas de semântica, propondo para cada um deles uma introdução teórica informal, e um certo número de atividades diferenciadas. O que chamo aqui de “temas de semântica” são operações que realizamos o tempo todo, sem nos preocuparmos em teorizar, quando usamos a língua no dia-a-dia.

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Uma das características que empobrecem o ensino médio da língua materna é a pouca atenção reservada ao estudo da significação. O tempo dedicado a esse tema é insignificante, comparado àquele que se gasta com “problemas” como a ortografia, a acentuação, a assimilação de regras gramaticais de concordância e regência, e tantos outros, que deveriam dar aos alunos um verniz de “usuário culto da língua”. Esse descompasso é problemático quando se pensa na importância que as questões da significação têm, desde sempre, para a vida de todos os dias, e no peso que lhe atribuem hoje, com razão, em alguns instrumentos de avaliação importantes, tais como o Exame Nacional do Ensino Médio, os vestibulares que exigem interpretação de textos e o Exame Nacional de Cursos.
Alguns leitores dirão que o sentido está sempre presente quando se lê e se redige, e que nosso ensino pratica a leitura, a interpretação e a produção de textos.
Mesmo assim, fico preocupado. Em primeiro lugar, porque há diferentes maneiras de trabalhar com o texto, e algumas das que prevalecem na prática pouco têm a ver com interpretação (pense-se no tipo de correção de redações mais usado, que consiste em assinalar apenas os “erros” de ortografia, concordância e regência); em segundo lugar porque o trabalho sobre textos, tal como vem sendo praticado, dá mais atenção à interpretação a que se chega, do que ao enorme repertório de conhecimentos e à variedade dos processos que mobilizamos ao interpretar; e, finalmente porque o nosso ensino foi se reduzindo, de fato, a um conjunto muito limitado de atividades, em prejuízo de outras possíveis que não são sequer lembradas.
Ao contrário do que acontece com a “gramática”, simplesmente não existe em nosso ensino a tradição de tratar do sentido através de exercícios específicos, e isso leva o professor da escola média a acreditar que, nessa área, não há nada de interessante a fazer.
O propósito deste livro, que se destina aos alunos dos cursos de Letras e aos professores do ensino médio, é desfazer essa crença. Para isso, selecionei, aqui, 25 temas de semântica, propondo para cada um deles uma introdução teórica informal, e um certo número de atividades diferenciadas. O que chamo aqui de “temas de semântica” são operações que realizamos o tempo todo, sem nos preocuparmos em teorizar, quando usamos a língua no dia-a-dia.

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