Jornalismo De Beiradas: A Transgressão No Processo Produtivo E Criativo Do Jornalista João Antônio

João Antônio foi escritor e jornalista de beiradas. Tanto seus personagens literários quanto seus personagens reais expostos nas reportagens que fez ao longo de sua curta carreira jornalística tinham perfis característicos: eram excluídos, sujos, feios, justamente aqueles que passavam longe das páginas de jornais e de revistas.

Eram as beiradas da sociedade que forneciam o combustível para a motivação da escrita de João Antônio. Era nas beiradas que ele, de alguma forma, construía o acontecimento, formatava o personagem, escancarava uma sociedade corrompida e injusta. E fazia isso de forma transgressora diante das normas e práticas jornalísticas existentes.
João Antônio atuou em momentos distintos na literatura e jornalismo. Muitas vezes atravessou a linha tênue que divide um do outro. Outras vezes incorporou linguagens literárias a textos jornalísticos e vice-versa. Transitou em dois mundos próximos, nem sempre excludentes, e cunhou um tipo de texto jornalístico que batizou de “conto-reportagem”. Bebeu das fontes do New Journalism norteamericano e do Testimonio latino-americano, apesar de nem ter conhecimento desses movimentos.
A relação entre os textos jornalísticos e literários de João Antônio estão analisados de forma profunda na tese de doutorado do escritor Rodrigo Lacerda. Lá, através de uma investigação dos textos publicados nos meios de comunicação por onde atuou João Antônio, Lacerda faz relação entre a literatura e o jornalismo presentes no autor. Lacerda será uma das fontes importantes deste trabalho para compor a biografia e o estilo literário de João Antônio.
Lacerda, entretanto, fez uma análise literária dos escritos de João Antônio, embora tenha relacionado com seus textos jornalísticos. Nesta pesquisa, utilizando como método a crítica genética e como teoria principal a semiótica peirciana – a partir de conceitos de semiose –, a intenção é esmiuçar o processo produtivo de João Antônio, sempre focando o jornalismo na sua fronteira com a literatura. Através da análise dos documentos do processo do autor – manuscritos de reportagens, making offs de matérias, anotações em forma de rascunhos –, esta pesquisa buscou estabelecer um dossiê genético e o desenho de uma rede de nós de criação dando conta, em parte, do processo produtivo transgressor de João Antônio. Ou seja, estudar os documentos do processo para entender o processo de criação dos textos jornalístico pelo autor.

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João Antônio foi escritor e jornalista de beiradas. Tanto seus personagens literários quanto seus personagens reais expostos nas reportagens que fez ao longo de sua curta carreira jornalística tinham perfis característicos: eram excluídos, sujos, feios, justamente aqueles que passavam longe das páginas de jornais e de revistas. Eram as beiradas da sociedade que forneciam o combustível para a motivação da escrita de João Antônio. Era nas beiradas que ele, de alguma forma, construía o acontecimento, formatava o personagem, escancarava uma sociedade corrompida e injusta. E fazia isso de forma transgressora diante das normas e práticas jornalísticas existentes.
João Antônio atuou em momentos distintos na literatura e jornalismo. Muitas vezes atravessou a linha tênue que divide um do outro. Outras vezes incorporou linguagens literárias a textos jornalísticos e vice-versa. Transitou em dois mundos próximos, nem sempre excludentes, e cunhou um tipo de texto jornalístico que batizou de “conto-reportagem”. Bebeu das fontes do New Journalism norteamericano e do Testimonio latino-americano, apesar de nem ter conhecimento desses movimentos.
A relação entre os textos jornalísticos e literários de João Antônio estão analisados de forma profunda na tese de doutorado do escritor Rodrigo Lacerda. Lá, através de uma investigação dos textos publicados nos meios de comunicação por onde atuou João Antônio, Lacerda faz relação entre a literatura e o jornalismo presentes no autor. Lacerda será uma das fontes importantes deste trabalho para compor a biografia e o estilo literário de João Antônio.
Lacerda, entretanto, fez uma análise literária dos escritos de João Antônio, embora tenha relacionado com seus textos jornalísticos. Nesta pesquisa, utilizando como método a crítica genética e como teoria principal a semiótica peirciana – a partir de conceitos de semiose –, a intenção é esmiuçar o processo produtivo de João Antônio, sempre focando o jornalismo na sua fronteira com a literatura. Através da análise dos documentos do processo do autor – manuscritos de reportagens, making offs de matérias, anotações em forma de rascunhos –, esta pesquisa buscou estabelecer um dossiê genético e o desenho de uma rede de nós de criação dando conta, em parte, do processo produtivo transgressor de João Antônio. Ou seja, estudar os documentos do processo para entender o processo de criação dos textos jornalístico pelo autor.

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