Turing: Um Filósofo Da Natureza

Alan Turing ousou perguntar se uma máquina pode pensar. Suas contribuições para entender e responder a esta e outras questões desafiam classificações convencionais. No final do século XX, o conceito de máquina de Turing, criado em 1936

, figura não apenas na matemática e na ciência da computação, mas também na ciência cognitiva e na biologia teórica. Seu artigo de 1950, “Computing machinery and intelligence”, no qual é descrito o assim chamando teste de Turing, constitui a pedra angular da teoria da inteligência artificial. Entre uma coisa e outra, Turing desempenhou um papel decisivo no resultado da Segunda Guerra Mundial e produziu sozinho um plano muito avançado para a construção e o uso de um computador eletrônico. Turing pensou e viveu uma geração antes de seu tempo; contudo, o que descreve melhor as características de seu pensamento que ultrapassaram os limites da década de 40 é a antiquada expressão filosofia da natureza.
Em Alan Turing, a imersão na Natureza e o ataque a ela constituíam uma unidade; as divisões entre matemática, ciência, tecnologia e filosofia no seu trabalho tendem a obscure- cer suas idéias. Ele não foi um autor prolífico; muitos escritos só foram publicados postumamente; alguns permaneceram secretos até a década de 90. Comunicações pessoais lançam um pouco de luz sobre o desenvolvimento de suas idéias, um tópico a respeito do qual ele costumava silenciar. Veremos, por exemplo, como chegou à lógica e à computação a partir de uma fascinação juvenil pela descrição física da mente. Porém, temos apenas algumas pistas sobre a formação de suas convicções no ambiente sigiloso da criptografia no tempo da guerra, e sugestões de novas idéias perdem-se no drama de sua morte misteriosa.
Alan Mathison Turing nasceu em Londres no dia 23 de junho de 1912 e desde cedo sua personalidade se revelou deslocada nas escolas de classe média alta freqüentadas pelos filhos de funcionários graduados do Serviço Civil Indiano. A conformidade com os ditames de classe significava obediência incondicional aos rituais da escola preparatória e da public school britânicas. Porém, o livro Natural Wonders Every Child Should Know [Maravilhas da natureza que toda criança deve conhecer] abriu-lhe os olhos para o conceito de explicação científica e, a partir daí, a Natureza, em oposição às convenções humanas, passou a dominar sua atenção, como muitos boletins desfavoráveis demonstraram.

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Em Alan Turing, a imersão na Natureza e o ataque a ela constituíam uma unidade; as divisões entre matemática, ciência, tecnologia e filosofia no seu trabalho tendem a obscure- cer suas idéias. Ele não foi um autor prolífico; muitos escritos só foram publicados postumamente; alguns permaneceram secretos até a década de 90. Comunicações pessoais lançam um pouco de luz sobre o desenvolvimento de suas idéias, um tópico a respeito do qual ele costumava silenciar. Veremos, por exemplo, como chegou à lógica e à computação a partir de uma fascinação juvenil pela descrição física da mente. Porém, temos apenas algumas pistas sobre a formação de suas convicções no ambiente sigiloso da criptografia no tempo da guerra, e sugestões de novas idéias perdem-se no drama de sua morte misteriosa.
Alan Mathison Turing nasceu em Londres no dia 23 de junho de 1912 e desde cedo sua personalidade se revelou deslocada nas escolas de classe média alta freqüentadas pelos filhos de funcionários graduados do Serviço Civil Indiano. A conformidade com os ditames de classe significava obediência incondicional aos rituais da escola preparatória e da public school britânicas. Porém, o livro Natural Wonders Every Child Should Know [Maravilhas da natureza que toda criança deve conhecer] abriu-lhe os olhos para o conceito de explicação científica e, a partir daí, a Natureza, em oposição às convenções humanas, passou a dominar sua atenção, como muitos boletins desfavoráveis demonstraram.

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