Como E Por Que Sou Romancista

Paralelamente às obras de criação, muitos romancistas, filósofos e poetas escreveram explicações, roteiros e justificativas sobre o “ofício do escritor”, como denominou Schopenhauer uma instigante e moderna reflexão sobre esse tema.


Inserem-se nesse contexto as obras de investigação sobre as estruturas e sobre os mecanismos de criação literária, gênero de autocrítica tão bem representado pelo opúsculo intitulado Como e por que sou romancista, de José de Alencar, publicado em 1893, e considerado por ele mesmo a sua autobiografia literária.
Vem de longa data essa tentativa do próprio autor em decifrar-se, isto é, praticar num exercício de exegese pessoal a revelação intimista de sua própria obra. Dante Alighieri, ao escrever, por volta de 1292, Vita nuova, agregou aos seus poemas os esclarecimentos que achou necessário transmitir aos leitores.
Foram várias as motivações para José de Alencar colocar no papel suas confissões existenciais e literárias. Ao apresentar o seu texto no modelo de uma carta, dirigida a um Amigo, sua intenção teria sido a de transmitir um tom coloquial e intimista e, assim, fingidamente, evitar a sensação de que se dirigia a um amplo público. Alencar considerou Como e por que sou romancista, “o livro dos meus livros”, e adianta que através daquela sucinta redação confessional seria explicada, ainda que em forma de rascunho, entre outras revelações, a inspiração de O guarani, considerado, hoje, o seu romance mais importante.
Ao iniciar estas breves memórias, Alencar relembra o feliz período da infância e destaca a figura zelosa e entusiasmada do professor Januário Matheus Ferreira, um incentivador da sua precoce vocação literária.
Alencar revela que em sua turma do colégio ele se situava entre os melhores alunos e, num trecho em que transmite falsa modéstia, escreve: “Pertencia eu à sexta classe, e havia conquistado a frente da mesma, não por superioridade intelectual, mas sim por mais assídua aplicação e maior desejo de aprender.”
São comoventes as recordações da infância, da escola, da vida no lar, quando então recebera dos parentes o honroso cargo de ledor.

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Inserem-se nesse contexto as obras de investigação sobre as estruturas e sobre os mecanismos de criação literária, gênero de autocrítica tão bem representado pelo opúsculo intitulado Como e por que sou romancista, de José de Alencar, publicado em 1893, e considerado por ele mesmo a sua autobiografia literária.
Vem de longa data essa tentativa do próprio autor em decifrar-se, isto é, praticar num exercício de exegese pessoal a revelação intimista de sua própria obra. Dante Alighieri, ao escrever, por volta de 1292, Vita nuova, agregou aos seus poemas os esclarecimentos que achou necessário transmitir aos leitores.
Foram várias as motivações para José de Alencar colocar no papel suas confissões existenciais e literárias. Ao apresentar o seu texto no modelo de uma carta, dirigida a um Amigo, sua intenção teria sido a de transmitir um tom coloquial e intimista e, assim, fingidamente, evitar a sensação de que se dirigia a um amplo público. Alencar considerou Como e por que sou romancista, “o livro dos meus livros”, e adianta que através daquela sucinta redação confessional seria explicada, ainda que em forma de rascunho, entre outras revelações, a inspiração de O guarani, considerado, hoje, o seu romance mais importante.
Ao iniciar estas breves memórias, Alencar relembra o feliz período da infância e destaca a figura zelosa e entusiasmada do professor Januário Matheus Ferreira, um incentivador da sua precoce vocação literária.
Alencar revela que em sua turma do colégio ele se situava entre os melhores alunos e, num trecho em que transmite falsa modéstia, escreve: “Pertencia eu à sexta classe, e havia conquistado a frente da mesma, não por superioridade intelectual, mas sim por mais assídua aplicação e maior desejo de aprender.”
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