Cidadania No Discurso Da Modernidade: Uma Interpelação À Razão Comunicativa

Na atividade do pesquisador está a busca do homem, na tentativa de interpretar a realidade - atribuindo-lhe um significado - e, na interação com os outros homens, intervir sobre ela, sendo por ela afetado.


Da physis, do pensamento grego originário, à concepção mais atual da cultura - esta se apresentando não mais como um elemento intermediário entre o homem e a natureza - houve um percurso bastante longo, marcado por avanços e recuos que nos fazem, ainda hoje, retomar a pergunta tão antiga sobre a realidade do mundo, trazendo a questão do significado de termos como “verdade”, “conhecimento”, “objetividade”, “mundo”, “realidade”.
Esses termos ganham nova dimensão na contemporaneidade, fazendo entrar em crise as concepções de sujeito e de consciência, da razão moderna, traduzidos na linguagem da ciência e da técnica que se instauraram como tentativas de ruptura com as heteronomias em que a humanidade se encontrava enredada.
Assim, da visão naturalista e cíclica do mundo, na antigüidade, decorrente da noção modificada da physis grega, alcança-se a modernidade que, marcada pela herança judaico-cristã, caracteriza-se como época da história, por conferir a esta uma dimensão ontológica, escatológica, imprimindo à realidade um caráter globalizante, totalizante.
Opondo-se a esta concepção de realidade levantam-se algumas vozes, especialmente os pensadores chamados pós-modernos, que, refletindo sobre as condições de existência do mundo tardo-industrial, atingem a idéia do fim da história como ruptura da unidade, ou seja, como processo unitário dotado de seqüência e racionalidade. A velocidade e simultaneidade com que os fatos acontecem no mundo contemporâneo tornam impossível a percepção de um curso unitário dos acontecimentos, tão peculiar ao homem moderno.
O que se percebe é uma realidade que se apresenta de forma variada, múltipla, plural, com diversos ritmos temporais. Este percurso na percepção de realidade traz consequências incisivas para o debate em torno da produção do conhecimento, atingindo assim o campo da pesquisa, posto que a idéia de conhecimento enquanto adequação, ou seja, como apropriação do mundo tal como realmente existe, tem sido cada vez mais descartada em favor de uma concepção de realidade socialmente construída, erigida simbolicamente, ou ainda, semioticamente postulada.

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Na atividade do pesquisador está a busca do homem, na tentativa de interpretar a realidade – atribuindo-lhe um significado – e, na interação com os outros homens, intervir sobre ela, sendo por ela afetado.
Da physis, do pensamento grego originário, à concepção mais atual da cultura – esta se apresentando não mais como um elemento intermediário entre o homem e a natureza – houve um percurso bastante longo, marcado por avanços e recuos que nos fazem, ainda hoje, retomar a pergunta tão antiga sobre a realidade do mundo, trazendo a questão do significado de termos como “verdade”, “conhecimento”, “objetividade”, “mundo”, “realidade”.
Esses termos ganham nova dimensão na contemporaneidade, fazendo entrar em crise as concepções de sujeito e de consciência, da razão moderna, traduzidos na linguagem da ciência e da técnica que se instauraram como tentativas de ruptura com as heteronomias em que a humanidade se encontrava enredada.
Assim, da visão naturalista e cíclica do mundo, na antigüidade, decorrente da noção modificada da physis grega, alcança-se a modernidade que, marcada pela herança judaico-cristã, caracteriza-se como época da história, por conferir a esta uma dimensão ontológica, escatológica, imprimindo à realidade um caráter globalizante, totalizante.
Opondo-se a esta concepção de realidade levantam-se algumas vozes, especialmente os pensadores chamados pós-modernos, que, refletindo sobre as condições de existência do mundo tardo-industrial, atingem a idéia do fim da história como ruptura da unidade, ou seja, como processo unitário dotado de seqüência e racionalidade. A velocidade e simultaneidade com que os fatos acontecem no mundo contemporâneo tornam impossível a percepção de um curso unitário dos acontecimentos, tão peculiar ao homem moderno.
O que se percebe é uma realidade que se apresenta de forma variada, múltipla, plural, com diversos ritmos temporais. Este percurso na percepção de realidade traz consequências incisivas para o debate em torno da produção do conhecimento, atingindo assim o campo da pesquisa, posto que a idéia de conhecimento enquanto adequação, ou seja, como apropriação do mundo tal como realmente existe, tem sido cada vez mais descartada em favor de uma concepção de realidade socialmente construída, erigida simbolicamente, ou ainda, semioticamente postulada.

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