Não Sou Eu Uma Mulher: Mulheres Negras E Feminismo

Na altura em que na história americana as mulheres negras de todas a áreas do país podiam juntar-se para pedir igualdade social para as mulheres e o reconhecimento do impacto do sexismo sobre o nosso status social, estávamos num grande silêncio.

O nosso silêncio não era meramente uma reação contra as mulheres brancas liberacionistas ou um gesto de solidariedade para com os homens negros patriarcas. Era o silêncio das oprimidas – o profundo silêncio causado pela resignação e aceitação de um único destino. As mulheres negras contemporâneas não se podiam juntar para lutar pelos direitos das mulheres porque nós não víamos a “natureza feminina” como um aspecto importante da nossa identidade. A socialização racista, sexista condicionou-nos a desvalorizar a nossa feminilidade e a olhar a raça como o único rótulo importante de identificação. Por outras palavras, foi-nos pedido que negássemos uma parte de nós próprias – e fizemo-lo. Consequentemente, quando o movimento de mulheres levantou a questão da opressão sexista, nós argumentamos que o sexismo era insignificante à luz da severa e mais brutal realidade do racismo. Nós tivemos medo de reconhecer que o sexismo podia ser tão opressivo como o racismo. Nós agarramo-nos à esperança de que a libertação da opressão racial seria tudo o que era necessário para sermos livres. Nós éramos a nova geração de mulheres negras que foram ensinadas a submeterem-se, a aceitarem a inferioridade sexual e a serem silenciosas.
Ao contrário de nós, as mulheres americanas negras do século XIX estavam conscientes do facto que a verdadeira liberdade implicava não apenas a libertação da ordem social sexista que sistematicamente negava a todas as mulheres todos os direitos humanos. Essas mulheres negras participaram em ambas as lutas pela igualdade racial e pelo movimento dos direitos das mulheres. Quando se levantou a questão se a participação ou não das mulheres nos movimentos dos direitos das mulheres seria em detrimento pela luta pela igualdade racial, elas argumentaram que qualquer avanço no estatuto social das mulheres negras iria beneficiar todo o povo negro.

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Na altura em que na história americana as mulheres negras de todas a áreas do país podiam juntar-se para pedir igualdade social para as mulheres e o reconhecimento do impacto do sexismo sobre o nosso status social, estávamos num grande silêncio. O nosso silêncio não era meramente uma reação contra as mulheres brancas liberacionistas ou um gesto de solidariedade para com os homens negros patriarcas. Era o silêncio das oprimidas – o profundo silêncio causado pela resignação e aceitação de um único destino. As mulheres negras contemporâneas não se podiam juntar para lutar pelos direitos das mulheres porque nós não víamos a “natureza feminina” como um aspecto importante da nossa identidade. A socialização racista, sexista condicionou-nos a desvalorizar a nossa feminilidade e a olhar a raça como o único rótulo importante de identificação. Por outras palavras, foi-nos pedido que negássemos uma parte de nós próprias – e fizemo-lo. Consequentemente, quando o movimento de mulheres levantou a questão da opressão sexista, nós argumentamos que o sexismo era insignificante à luz da severa e mais brutal realidade do racismo. Nós tivemos medo de reconhecer que o sexismo podia ser tão opressivo como o racismo. Nós agarramo-nos à esperança de que a libertação da opressão racial seria tudo o que era necessário para sermos livres. Nós éramos a nova geração de mulheres negras que foram ensinadas a submeterem-se, a aceitarem a inferioridade sexual e a serem silenciosas.
Ao contrário de nós, as mulheres americanas negras do século XIX estavam conscientes do facto que a verdadeira liberdade implicava não apenas a libertação da ordem social sexista que sistematicamente negava a todas as mulheres todos os direitos humanos. Essas mulheres negras participaram em ambas as lutas pela igualdade racial e pelo movimento dos direitos das mulheres. Quando se levantou a questão se a participação ou não das mulheres nos movimentos dos direitos das mulheres seria em detrimento pela luta pela igualdade racial, elas argumentaram que qualquer avanço no estatuto social das mulheres negras iria beneficiar todo o povo negro.

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