O Problema Da Motivação Moral Em Kant

Por que os homens são livres? No que consiste a liberdade humana? Como é possível a ação moral? Como um corpo submetido a leis naturais pode ser livre? Para responder perguntas simples como estas e outras não tão simples é que Hélio José dos Santos Souza se debruça sobre a obra de Kant, especialmente a Fundamentação da metafísica dos costumes.


Como bem observa o autor, "pretende-se analisar os conceitos de boa vontade, dever, lei, imperativo, respeito, interesse e liberdade". Qualquer criança precisa ter uma breve noção destas palavras importantes para se constituir como homem de bem, como cidadão consciente.
Ao projetá-los no sistema kantiano, encontramos uma formulação mais elevada, resultado de séculos de reflexão filosófica, que nos ajudam a pensar a nossa realidade.
O problema é complexo: trata-se de saber se a moralidade e a ética são expressões de um princípio racional incondicionado igualmente presente nas leis imutáveis da natureza. Nesse caso, haveria continuidade entre a natureza e a moralidade, o direito natural exprimiria deveres que se impõem à vontade de cada um, a liberdade seria uma ilusão da consciência que não reconhece todas as causas naturais que a condicionam.
Esse é o resultado da filosofia moderna de Espinosa e Hobbes, que Kant pretende superar. A solução é uma inversão do problema: a liberdade e o conhecimento da natureza são condicionados no homem pela razão. Nesse caso, como a liberdade pode ser deduzida a partir da sensibilidade? Parece que a cada reformulação novos problemas aparecem e os conceitos multiplicam-se.
O que leva o homem a agir moralmente? Se identificamos o dever ser e o dever, naturalizamos o transcendental e a resposta kantiana repetiria a filosofia moderna de cujas aporias a crítica pretende escapar. Se por outro lado recorremos à divindade, voltamos às dificuldades que foram respondidas pela filosofia moderna.
Vejamos um exemplo: Édipo descobre que uma maldição o conduzirá ao parricídio, para evitar esta desgraça foge de sua casa e de sua cidade. Ao fugir, encontra em uma encruzilhada um homem que o desrespeita e o desafia, então mata este homem sem saber que este é seu verdadeiro pai. O conflito moral gerado pela maldição conduz uma iniciativa que desencadeia a própria maldição, pois Édipo não sabia que era filho adotivo.

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Por que os homens são livres? No que consiste a liberdade humana? Como é possível a ação moral? Como um corpo submetido a leis naturais pode ser livre? Para responder perguntas simples como estas e outras não tão simples é que Hélio José dos Santos Souza se debruça sobre a obra de Kant, especialmente a Fundamentação da metafísica dos costumes.
Como bem observa o autor, “pretende-se analisar os conceitos de boa vontade, dever, lei, imperativo, respeito, interesse e liberdade”. Qualquer criança precisa ter uma breve noção destas palavras importantes para se constituir como homem de bem, como cidadão consciente.
Ao projetá-los no sistema kantiano, encontramos uma formulação mais elevada, resultado de séculos de reflexão filosófica, que nos ajudam a pensar a nossa realidade.
O problema é complexo: trata-se de saber se a moralidade e a ética são expressões de um princípio racional incondicionado igualmente presente nas leis imutáveis da natureza. Nesse caso, haveria continuidade entre a natureza e a moralidade, o direito natural exprimiria deveres que se impõem à vontade de cada um, a liberdade seria uma ilusão da consciência que não reconhece todas as causas naturais que a condicionam.
Esse é o resultado da filosofia moderna de Espinosa e Hobbes, que Kant pretende superar. A solução é uma inversão do problema: a liberdade e o conhecimento da natureza são condicionados no homem pela razão. Nesse caso, como a liberdade pode ser deduzida a partir da sensibilidade? Parece que a cada reformulação novos problemas aparecem e os conceitos multiplicam-se.
O que leva o homem a agir moralmente? Se identificamos o dever ser e o dever, naturalizamos o transcendental e a resposta kantiana repetiria a filosofia moderna de cujas aporias a crítica pretende escapar. Se por outro lado recorremos à divindade, voltamos às dificuldades que foram respondidas pela filosofia moderna.
Vejamos um exemplo: Édipo descobre que uma maldição o conduzirá ao parricídio, para evitar esta desgraça foge de sua casa e de sua cidade. Ao fugir, encontra em uma encruzilhada um homem que o desrespeita e o desafia, então mata este homem sem saber que este é seu verdadeiro pai. O conflito moral gerado pela maldição conduz uma iniciativa que desencadeia a própria maldição, pois Édipo não sabia que era filho adotivo.

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