Crime E Costume Na Sociedade Selvagem

A antropologia é, ainda para a maioria dos leigos e para muitos especialistas, um objeto de interesse arqueológico. O estado selvagem ainda é sinônimo de costumes absurdos, cruéis e excêntricos, com superstições estranhas e práticas revoltantes.


A licença sexual, o infanticídio, a decapitação, o resguardo, o canibalismo e outras coisas tornaram a antropologia uma leitura atraente para muitos; para outros, mais um objeto de curiosidade do que um conhecimento sério.
Há, no entanto, alguns aspectos da antropologia que são de um autêntico caráter científico, na medida em que eles não nos levam além do fato empírico para domínios de conjectura incontrolável; à medida que eles ampliam o nosso conhecimento da natureza humana e são capazes de uma aplicação prática direta.
Quer dizer, esta questão, por exemplo, da economia primitiva, importante para o nosso conhecimento da disposição econômica do homem e valioso para aqueles que desejam desenvolver os recursos dos países tropicais, lida com o trabalho indígena e com o comércio com os nativos. Ou, por outro lado, um objeto como o estudo comparativo dos processos mentais dos selvagens é uma linha de pesquisa que já se demonstrou fértil para a psicologia e deveria se tornar útil para aqueles que estão empenhados em educar e melhorar moralmente o nativo.
Por último, mas não menos importante, há a questão da lei primitiva, o estudo das várias forças que se voltam para a ordem, para a uniformidade e para a coesão da tribo selvagem. O conhecimento destas forças poderia ter dado forma ao fundamento das teorias antropológicas da organização primitiva e poderia ter produzido os princípios orientadores da legislação e da administração coloniais.
Um conhecimento mais completo dos chamados selvagens revelou “Os dispositivos animalescos dos pagãos” como sendo o produto de uma lei inflexível e da tradição estrita, devido mais às necessidades biológicas, mentais e sociais da natureza humana do que como o resultado da paixão desenfreada e dos excessos desabridos.
A lei e a ordem impregnam os hábitos tribais das raças primitivas, elas governam todo o curso monótono da vida cotidiana, assim como os principais atos da vida pública, sejam aqueles pitorescos e sensacionais, ou os importantes e veneráveis. Contudo, de todos os ramos da antropologia, a jurisprudência primitiva foi aquela que recebeu, em época recente, um tratamento mais inadequado e menos satisfatório.

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A antropologia é, ainda para a maioria dos leigos e para muitos especialistas, um objeto de interesse arqueológico. O estado selvagem ainda é sinônimo de costumes absurdos, cruéis e excêntricos, com superstições estranhas e práticas revoltantes.
A licença sexual, o infanticídio, a decapitação, o resguardo, o canibalismo e outras coisas tornaram a antropologia uma leitura atraente para muitos; para outros, mais um objeto de curiosidade do que um conhecimento sério.
Há, no entanto, alguns aspectos da antropologia que são de um autêntico caráter científico, na medida em que eles não nos levam além do fato empírico para domínios de conjectura incontrolável; à medida que eles ampliam o nosso conhecimento da natureza humana e são capazes de uma aplicação prática direta.
Quer dizer, esta questão, por exemplo, da economia primitiva, importante para o nosso conhecimento da disposição econômica do homem e valioso para aqueles que desejam desenvolver os recursos dos países tropicais, lida com o trabalho indígena e com o comércio com os nativos. Ou, por outro lado, um objeto como o estudo comparativo dos processos mentais dos selvagens é uma linha de pesquisa que já se demonstrou fértil para a psicologia e deveria se tornar útil para aqueles que estão empenhados em educar e melhorar moralmente o nativo.
Por último, mas não menos importante, há a questão da lei primitiva, o estudo das várias forças que se voltam para a ordem, para a uniformidade e para a coesão da tribo selvagem. O conhecimento destas forças poderia ter dado forma ao fundamento das teorias antropológicas da organização primitiva e poderia ter produzido os princípios orientadores da legislação e da administração coloniais.
Um conhecimento mais completo dos chamados selvagens revelou “Os dispositivos animalescos dos pagãos” como sendo o produto de uma lei inflexível e da tradição estrita, devido mais às necessidades biológicas, mentais e sociais da natureza humana do que como o resultado da paixão desenfreada e dos excessos desabridos.
A lei e a ordem impregnam os hábitos tribais das raças primitivas, elas governam todo o curso monótono da vida cotidiana, assim como os principais atos da vida pública, sejam aqueles pitorescos e sensacionais, ou os importantes e veneráveis. Contudo, de todos os ramos da antropologia, a jurisprudência primitiva foi aquela que recebeu, em época recente, um tratamento mais inadequado e menos satisfatório.

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