O Futuro Do Espaço-Tempo

É engraçado como as pessoas demoram a fazer perguntas fundamentais, mesmo a respeito de sua própria vida. Às vezes é preciso esperar por um evento que nos leve a uma atitude de distanciamento e reflexão. Um desses eventos foi a celebração do sexagésimo aniversário de Kip Thorne.

Kip (ele não se sente à vontade com nenhum outro título) é um dos mais conhecidos teóricos americanos da física do espaço-tempo e um grande divulgador dessa estranha ciência. É também uma pessoa cujo valor humano é tão singular quanto o seu intelecto, uma pessoa que afetou a vida de muitos dos que trabalharam com ele. O simpósio comemorativo dos sessenta anos de um grande cientista é algo tradicional no mundo da física, mas sem dúvida havia um sentimento mais forte no ar do Caltech em junho de 2000. A celebração foi caracterizada por uma avalanche tanto de homenagens quanto de afeto.
Movidos pela vontade e pelo sentimento do dever, cientistas que participaram de toda a carreira de Kip, de meados dos anos 60 ao momento atual, compareceram ao auditório do Caltech, de modo que os estudantes da física do espaço-tempo que ali estavam, nos intervalos das palestras de 2 e 3 de junho, tinham diante de si um museu vivo da ciência da nossa era. As peças do museu incluíam companheiros que se reconciliavam depois de antigas disputas, físicos que apresentavam desajeitadamente as suas novas esposas, assim como novos colegas, antes professor e aluno, que o passar do tempo colocava agora em pé de igualdade. O fato de que o evento coincidia com um novo milênio terá impressionado os mais impressionáveis, mas para mim havia algo mais portentoso: a iminente inauguração de um sistema mundial de detectores destinados a mapear as ondas gravitacionais — as oscilações do espaço-tempo.
O evento em si mesmo era um testemunho da passagem do tempo. A reunião de velhos amigos e velhos rivais criava o sentimento monocromático de um filme sueco, apesar das palmeiras que compunham o ambiente externo. Era hora de fazer perguntas adiadas, como: o que leva certas pessoas racionais (será que são mesmo?) a passar a vida estudando a natureza do espaço-tempo?

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É engraçado como as pessoas demoram a fazer perguntas fundamentais, mesmo a respeito de sua própria vida. Às vezes é preciso esperar por um evento que nos leve a uma atitude de distanciamento e reflexão. Um desses eventos foi a celebração do sexagésimo aniversário de Kip Thorne. Kip (ele não se sente à vontade com nenhum outro título) é um dos mais conhecidos teóricos americanos da física do espaço-tempo e um grande divulgador dessa estranha ciência. É também uma pessoa cujo valor humano é tão singular quanto o seu intelecto, uma pessoa que afetou a vida de muitos dos que trabalharam com ele. O simpósio comemorativo dos sessenta anos de um grande cientista é algo tradicional no mundo da física, mas sem dúvida havia um sentimento mais forte no ar do Caltech em junho de 2000. A celebração foi caracterizada por uma avalanche tanto de homenagens quanto de afeto.
Movidos pela vontade e pelo sentimento do dever, cientistas que participaram de toda a carreira de Kip, de meados dos anos 60 ao momento atual, compareceram ao auditório do Caltech, de modo que os estudantes da física do espaço-tempo que ali estavam, nos intervalos das palestras de 2 e 3 de junho, tinham diante de si um museu vivo da ciência da nossa era. As peças do museu incluíam companheiros que se reconciliavam depois de antigas disputas, físicos que apresentavam desajeitadamente as suas novas esposas, assim como novos colegas, antes professor e aluno, que o passar do tempo colocava agora em pé de igualdade. O fato de que o evento coincidia com um novo milênio terá impressionado os mais impressionáveis, mas para mim havia algo mais portentoso: a iminente inauguração de um sistema mundial de detectores destinados a mapear as ondas gravitacionais — as oscilações do espaço-tempo.
O evento em si mesmo era um testemunho da passagem do tempo. A reunião de velhos amigos e velhos rivais criava o sentimento monocromático de um filme sueco, apesar das palmeiras que compunham o ambiente externo. Era hora de fazer perguntas adiadas, como: o que leva certas pessoas racionais (será que são mesmo?) a passar a vida estudando a natureza do espaço-tempo?

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