Antigos Cafés Do Rio De Janeiro

O gosto pelo estudo da História da Cidade do Rio de Janeiro transformou-se, para mim, em verdadeira paixão. E dando vazão a esse sentimento, através de leituras, verifiquei a falta de um livro que contivesse, mesmo sucintamente, a crônica dos cafés da cidade que foi, de 1763 a 1960, a Capital do Brasil.


O que havia eram referências esparsas, algumas curtas, outras mais longas, especialmente em volumes de memórias. Luiz Edmundo evocou alguns dos velhos cafés da sua terra natal. Diversos outros autores referenciaram cafés que conheceram no Rio de sua juventude e cuja lembrança se tornara saudade.
Foi tão que, no primeiro dia do ano de 1983, comecei a reunir dados para compor um livro destinado, mesmo de forma incompleta, mesmo com lacunas, a contar um pouco da história dos velhos cafés cariocas (ou fluminenses, como outrora se dizia). A pesquisa tomou-me três anos: trabalho feito, entretanto, com prazer.
Na crônica que publicou em 3 de março de 1886, na "Gazeta de Notícias", do Rio, sob o pseudônimo de Lélio, Machado de Assis indagava:
"(. ..) ... mas o que é que dura neste mundo, a não serem as pirâmides do Egito e a boa fé da minha comadre?"
Pois é, também os velhos cafés não durariam.
Na linha do melancólico pensamento do Bruxo do Cosme Velho, é este trecho do poeta Augusto Frederico Schmidt, em seu livro de memórias "As Florestas":
"Estranha coisa é o mundo. Dentro de alguns anos, tudo estará esquecido e perdido."
Uma frase taciturna, em que a tristeza não cede espaço ao gracejo machadiano.
Antes que a memória dos velhos cafés cariocas, já dispersa e diluída em tantos trechos de diferentes obras, vá ficando cada vez mais esquecida e perdida; antes que cada vez mais se esvaneça como nuvens esgarçadas, tentei recompô-la neste volume. Um volume contra o esquecimento.
Peço aos leitores que não apenas me perdoem as falhas e deficiências, como também me ajudem a aumentar e corrigir.
Infelizmente, não poderei dizer, como Hans Staden, o pobre artilheiro alemão que, prisioneiro dos índios tupinambás por cerca de um ano e quase por eles devorado em forma de churrasco, escreveu em seu "Viagem ao Brasil", de 1557: "Tudo isto eu vi e presenciei."

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O gosto pelo estudo da História da Cidade do Rio de Janeiro transformou-se, para mim, em verdadeira paixão. E dando vazão a esse sentimento, através de leituras, verifiquei a falta de um livro que contivesse, mesmo sucintamente, a crônica dos cafés da cidade que foi, de 1763 a 1960, a Capital do Brasil.
O que havia eram referências esparsas, algumas curtas, outras mais longas, especialmente em volumes de memórias. Luiz Edmundo evocou alguns dos velhos cafés da sua terra natal. Diversos outros autores referenciaram cafés que conheceram no Rio de sua juventude e cuja lembrança se tornara saudade.
Foi tão que, no primeiro dia do ano de 1983, comecei a reunir dados para compor um livro destinado, mesmo de forma incompleta, mesmo com lacunas, a contar um pouco da história dos velhos cafés cariocas (ou fluminenses, como outrora se dizia). A pesquisa tomou-me três anos: trabalho feito, entretanto, com prazer.
Na crônica que publicou em 3 de março de 1886, na “Gazeta de Notícias”, do Rio, sob o pseudônimo de Lélio, Machado de Assis indagava:
“(. ..) … mas o que é que dura neste mundo, a não serem as pirâmides do Egito e a boa fé da minha comadre?”
Pois é, também os velhos cafés não durariam.
Na linha do melancólico pensamento do Bruxo do Cosme Velho, é este trecho do poeta Augusto Frederico Schmidt, em seu livro de memórias “As Florestas”:
“Estranha coisa é o mundo. Dentro de alguns anos, tudo estará esquecido e perdido.”
Uma frase taciturna, em que a tristeza não cede espaço ao gracejo machadiano.
Antes que a memória dos velhos cafés cariocas, já dispersa e diluída em tantos trechos de diferentes obras, vá ficando cada vez mais esquecida e perdida; antes que cada vez mais se esvaneça como nuvens esgarçadas, tentei recompô-la neste volume. Um volume contra o esquecimento.
Peço aos leitores que não apenas me perdoem as falhas e deficiências, como também me ajudem a aumentar e corrigir.
Infelizmente, não poderei dizer, como Hans Staden, o pobre artilheiro alemão que, prisioneiro dos índios tupinambás por cerca de um ano e quase por eles devorado em forma de churrasco, escreveu em seu “Viagem ao Brasil”, de 1557: “Tudo isto eu vi e presenciei.”

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