Comunicar E Avaliar Ciência

A comunidade científica é hoje o resultado inequívoco do modo como os últimos anos acentuaram exponencialmente o desafio de definir e estabilizar parâmetros que permitam que a comunicação e avaliação de ciência possam beneficiar da credibilidade necessária à sustentabilidade de um complexo paradigma.


Pensado na sequência - e como resultado - de uma conferência internacional sobre Modelos de Publicação Emergentes organizada no âmbito de um projeto dedicado, justamente, à Comunicação de Ciência, este livro reflete e faz eco, a partir de treze ensaios, das preocupações dos milhares de investigadores, professores, estudantes e bibliotecários que sentem, sobre o seu trabalho (sobre o seu futuro), a pressão permanente de um sistema cujo intrincado agenciamento permanece, até certa medida, opaco.
Entrincheirado pelo exagerado crescimento da ciência, do número de cientistas e da quantidade de publicações; subsumido por uma indústria parasitária de edição que floresce a partir de práticas predatórias de publicação; aliado à predominância de uma lógica de quantificação assente no uso indiscriminado do fator de impacto, associado a esquemas de cartelização ou coerção pensados para potenciar a sua maximização; inevitavelmente responsável pela progressiva descredibilização do Open Access enquanto modelo de publicação - este sistema e os seus agentes exigem-nos, mais do que nunca, uma reflexão séria e ponderada sobre a intensificação das suas lógicas e paradoxos. Nela se centra a primeira das três partes que estruturam esta obra - Integridade acadêmica e indicadores de produção e avaliação.
Jeffrey Beall é cirúrgico no modo como disseca a destruição das culturas de investigação – “tradições e práticas de pesquisa acadêmica, incluindo aquelas práticas que trabalham para garantir a autenticidade, a solidez e a importância da pesquisa”, hoje profundamente penalizadas pela deturpação dos modelos de publicação no seio de um sistema predatório “que favorece os autores com dinheiro, (...) deixando em desvantagem aqueles que não o têm” e poluindo a comunicação científica ao substituir o trabalho duro, a originalidade, o mérito e as funções de certificação e validação que a publicação acadêmica tradicionalmente garantia. Outra das consequências paralelas do dano causado pela proliferação de editores predatórios detetada por este investigador e bibliotecário norte-americano tem sido o definhar de muitas revistas e repositórios de acesso aberto entusiasticamente iniciados por bibliotecas e departamentos universitários e que, com o tempo, se têm defrontado com as dificuldades impostas pela concorrência com o novo status quo da publicação acadêmica.

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Pensado na sequência – e como resultado – de uma conferência internacional sobre Modelos de Publicação Emergentes organizada no âmbito de um projeto dedicado, justamente, à Comunicação de Ciência, este livro reflete e faz eco, a partir de treze ensaios, das preocupações dos milhares de investigadores, professores, estudantes e bibliotecários que sentem, sobre o seu trabalho (sobre o seu futuro), a pressão permanente de um sistema cujo intrincado agenciamento permanece, até certa medida, opaco.
Entrincheirado pelo exagerado crescimento da ciência, do número de cientistas e da quantidade de publicações; subsumido por uma indústria parasitária de edição que floresce a partir de práticas predatórias de publicação; aliado à predominância de uma lógica de quantificação assente no uso indiscriminado do fator de impacto, associado a esquemas de cartelização ou coerção pensados para potenciar a sua maximização; inevitavelmente responsável pela progressiva descredibilização do Open Access enquanto modelo de publicação – este sistema e os seus agentes exigem-nos, mais do que nunca, uma reflexão séria e ponderada sobre a intensificação das suas lógicas e paradoxos. Nela se centra a primeira das três partes que estruturam esta obra – Integridade acadêmica e indicadores de produção e avaliação.
Jeffrey Beall é cirúrgico no modo como disseca a destruição das culturas de investigação – “tradições e práticas de pesquisa acadêmica, incluindo aquelas práticas que trabalham para garantir a autenticidade, a solidez e a importância da pesquisa”, hoje profundamente penalizadas pela deturpação dos modelos de publicação no seio de um sistema predatório “que favorece os autores com dinheiro, (…) deixando em desvantagem aqueles que não o têm” e poluindo a comunicação científica ao substituir o trabalho duro, a originalidade, o mérito e as funções de certificação e validação que a publicação acadêmica tradicionalmente garantia. Outra das consequências paralelas do dano causado pela proliferação de editores predatórios detetada por este investigador e bibliotecário norte-americano tem sido o definhar de muitas revistas e repositórios de acesso aberto entusiasticamente iniciados por bibliotecas e departamentos universitários e que, com o tempo, se têm defrontado com as dificuldades impostas pela concorrência com o novo status quo da publicação acadêmica.

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