A Insurreição Que Vem

Sob qualquer ponto de vista, o presente é um beco sem saída. Não é essa a menor das suas virtudes.
Aqueles que desejariam acima de tudo esperar, vêem ser-lhes retirado qualquer tipo de sustentação.
Os que pretendem ter soluções são imediatamente desmentidos.

Todo mundo sabe que as coisas só podem ir de mal a pior. “O futuro já não tem futuro” constitui a sabedoria de uma época que atingiu, sob a sua aparência de extrema normalidade, o nível de consciência dos primeiros punks.
A esfera da representação política fecha-se. Da esquerda à direita, é o mesmo vazio que toma, alternadamente, a forma de cão de guarda ou ares de virgem, como os técnicos de vendas que mudam de discurso conforme as últimas descobertas do departamento de comunicação. Aqueles que ainda votam parecem ter como única intenção explodir as urnas, de tanto votarem como puro ato de protesto. Começamos a pensar que é efetivamente contra o próprio voto que as pessoas continuam a votar. Nada daquilo que se apresenta está à altura da situação, nem de longe nem de perto. Até no seu silêncio, a população parece infinitamente mais adulta do que todos os fantoches que se atropelam para a governar. Há mais sabedoria nas palavras de qualquer Chibani de Belleville do que em todas as declarações juntas dos nossos auto- denominados dirigentes. A tampa da panela de pressão foi fortemente fechada, mas lá dentro as tensões sociais não param de aumentar.
Vindo da Argentina, o espectro do “Que se vayan todos!” começa seriamente a assombrar as cabeças dirigentes.
O incêndio de Novembro de 20053 continuará a projetar a sua sombra sobre todas as consciências.
Estas primeiras fogueiras de festa são o batismo de uma década cheia de promessas. Se não falta eficácia à fábula midiática dos Subúrbios-Contra-República, falta-lhe a verdade. O fogo tomou os centros das cidades e foi metodicamente abafado. Ruas inteiras de Barcelona arderam em solidariedade sem que ninguém a não ser os seus habitantes o soubesse.

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Sob qualquer ponto de vista, o presente é um beco sem saída. Não é essa a menor das suas virtudes.
Aqueles que desejariam acima de tudo esperar, vêem ser-lhes retirado qualquer tipo de sustentação.
Os que pretendem ter soluções são imediatamente desmentidos. Todo mundo sabe que as coisas só podem ir de mal a pior. “O futuro já não tem futuro” constitui a sabedoria de uma época que atingiu, sob a sua aparência de extrema normalidade, o nível de consciência dos primeiros punks.
A esfera da representação política fecha-se. Da esquerda à direita, é o mesmo vazio que toma, alternadamente, a forma de cão de guarda ou ares de virgem, como os técnicos de vendas que mudam de discurso conforme as últimas descobertas do departamento de comunicação. Aqueles que ainda votam parecem ter como única intenção explodir as urnas, de tanto votarem como puro ato de protesto. Começamos a pensar que é efetivamente contra o próprio voto que as pessoas continuam a votar. Nada daquilo que se apresenta está à altura da situação, nem de longe nem de perto. Até no seu silêncio, a população parece infinitamente mais adulta do que todos os fantoches que se atropelam para a governar. Há mais sabedoria nas palavras de qualquer Chibani de Belleville do que em todas as declarações juntas dos nossos auto- denominados dirigentes. A tampa da panela de pressão foi fortemente fechada, mas lá dentro as tensões sociais não param de aumentar.
Vindo da Argentina, o espectro do “Que se vayan todos!” começa seriamente a assombrar as cabeças dirigentes.
O incêndio de Novembro de 20053 continuará a projetar a sua sombra sobre todas as consciências.
Estas primeiras fogueiras de festa são o batismo de uma década cheia de promessas. Se não falta eficácia à fábula midiática dos Subúrbios-Contra-República, falta-lhe a verdade. O fogo tomou os centros das cidades e foi metodicamente abafado. Ruas inteiras de Barcelona arderam em solidariedade sem que ninguém a não ser os seus habitantes o soubesse.

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