A Petrobrás E A Gestão Do Território No Recôncavo Baiano

Busca-se neste livro realizar um esforço de ressignificar o conceito de territorialidade como um fenômeno sócio-político e espacial e de sua expressão geográfica, o território, à luz das relações entre dados agentes sociais mediadas pelo poder em uma dada extensão espacial.


Com base em Arendt (1994), parte-se do princípio de que o poder não pertence a um agente, mas a todos quantos se achem envolvidos numa relação social, e que, o mesmo encerra ações tomadas em concerto em que pese todas as assimetrias envolvidas nas relações sociais, mas nunca sob coação e/ou resultantes de relação vertical.
É nessa perspectiva que se elegeu o Recôncavo Baiano como arena apropriada à análise dos processos sociais e de suas respectivas formas-conteúdo, resultantes das ações empreendidas pelos usineiros de açúcar, Conselho Nacional de Petróleo (CNP), Petrobras, fazendeiros, trabalhadores do petróleo, trabalhadores canavieiros e o Estado/Governo (inclusive seus órgãos descentralizados) nas escalas federal, estadual e municipal, no período entre 1940 e 2000.
No Recôncavo Baiano, cuja organização espacial era orientada principalmente pelas demandas dos usineiros de açúcar, desde o início do século XX, por volta dos anos 1940/1950 as relações sociais e de produção se davam de tal maneira sob o mando dos usineiros, que o fenômeno do poder se encontrava substancialmente enfraquecido, e os mecanismos de coação e dominação eram os que mais se destacavam.
É de se notar que durante esse período, em meio a uma economia regional de base agromercantil em franco processo de declínio, até mesmo os usineiros perdiam força, enquanto o CNP e, depois, a Petrobras, adquiriam significativa visibilidade, com a ampliação das descobertas de novos e grandes campos de petróleo e de gás natural na área da Bacia Sedimentar do Recôncavo.
A Petrobras foi criada em 1953 pelo Governo federal e entrou em operação em 1954. Antes da criação dessa empresa, o Governo federal já explorava petróleo desde 1941 no Recôncavo Baiano, por meio do CNP. O Recôncavo Baiano que, até a década de 1960, constituía a única província petrolífera nacional, não era uma região desabitada. Quando o CNP se instalou, já encontrou uma atividade econômica organizada, a qual desfrutava de enorme força política e econômica, regionalmente, e, também, na escala nacional – a grande lavoura canavieira e a industrialização do açúcar por meio de grandes usinas e o cultivo do fumo e sua manufatura.

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Com base em Arendt (1994), parte-se do princípio de que o poder não pertence a um agente, mas a todos quantos se achem envolvidos numa relação social, e que, o mesmo encerra ações tomadas em concerto em que pese todas as assimetrias envolvidas nas relações sociais, mas nunca sob coação e/ou resultantes de relação vertical.
É nessa perspectiva que se elegeu o Recôncavo Baiano como arena apropriada à análise dos processos sociais e de suas respectivas formas-conteúdo, resultantes das ações empreendidas pelos usineiros de açúcar, Conselho Nacional de Petróleo (CNP), Petrobras, fazendeiros, trabalhadores do petróleo, trabalhadores canavieiros e o Estado/Governo (inclusive seus órgãos descentralizados) nas escalas federal, estadual e municipal, no período entre 1940 e 2000.
No Recôncavo Baiano, cuja organização espacial era orientada principalmente pelas demandas dos usineiros de açúcar, desde o início do século XX, por volta dos anos 1940/1950 as relações sociais e de produção se davam de tal maneira sob o mando dos usineiros, que o fenômeno do poder se encontrava substancialmente enfraquecido, e os mecanismos de coação e dominação eram os que mais se destacavam.
É de se notar que durante esse período, em meio a uma economia regional de base agromercantil em franco processo de declínio, até mesmo os usineiros perdiam força, enquanto o CNP e, depois, a Petrobras, adquiriam significativa visibilidade, com a ampliação das descobertas de novos e grandes campos de petróleo e de gás natural na área da Bacia Sedimentar do Recôncavo.
A Petrobras foi criada em 1953 pelo Governo federal e entrou em operação em 1954. Antes da criação dessa empresa, o Governo federal já explorava petróleo desde 1941 no Recôncavo Baiano, por meio do CNP. O Recôncavo Baiano que, até a década de 1960, constituía a única província petrolífera nacional, não era uma região desabitada. Quando o CNP se instalou, já encontrou uma atividade econômica organizada, a qual desfrutava de enorme força política e econômica, regionalmente, e, também, na escala nacional – a grande lavoura canavieira e a industrialização do açúcar por meio de grandes usinas e o cultivo do fumo e sua manufatura.

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