Investigação Acerca Da Possibilidade De Uma Estética Em Karl Marx

Todo trabalho que tem como assunto algum ponto específico do projeto filosófico apresentado por Karl Marx se depara com o mesmo problema: onde começar? Sendo assim, este trabalho não poderia ser diferente.

Desde o momento em que foi definido que a monografia se debruçaria sobre a investigação acerca da possibilidade de estética em Marx e como ela se apresenta, surgiu a mesma dúvida fundamental: por onde começar?
Marx não escreveu um tratado sobre estética. Todo o projeto filosófico de Marx, porém, apresenta aspectos relevantes ao seu pensamento estético. Isso fez com que suas principais obras estivessem recheadas de passagens sobre o seu pensamento estético. Desde seus Manuscritos Econômico-Filosóficos até sua obra mais madura, O Capital, encontram-se proposições, ideias e aspectos que fundamentam claramente que existe, em Marx, uma concepção própria de estética. A recente publicação dos Grundrisse vem acrescentar ainda mais material literário à grande bagagem deixada por Marx.
Marx, ao iniciar seus estudos nos Manuscritos Econômico-Filosóficos, não buscava nada relacionado à estética. Ao contrário, seu projeto era encontrar a humanidade do homem. Humanidade essa que se teria perdido no momento em que o homem foi forçado a se alienar pela sua sobrevivência. Conforme Vázquez, Era o homem, ou, mais exatamente, o homem social, concreto, que - nas condições econômicas e históricas próprias da sociedade capitalista - se desfaz, se mutila ou nega a si próprio. Essa mutilação do homem, ou perda do humano, se dá precisamente no trabalho, na produção material, isto é, na esfera na qual o homem deveria se afirmar como tal e que tornou possível à própria criação estética. E, buscando o humano, o humano perdido, Marx encontra o estético como um reduto da verdadeira existência humana; não apenas como um seu reduto, mas como esfera essencial.
Assim, era o homem o objeto específico da arte, apesar de nem sempre ser o objeto a ser representado. A arte devolvia ao homem algo de essencial que ele perdeu. A estética passaria a ser o último reduto do humano ao qual o homem tem acesso. Assim, a arte seria uma forma de conhecimento; não de conhecimento científico, mas sim de um conhecimento humano sobre objetos humanizados.

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Todo trabalho que tem como assunto algum ponto específico do projeto filosófico apresentado por Karl Marx se depara com o mesmo problema: onde começar? Sendo assim, este trabalho não poderia ser diferente. Desde o momento em que foi definido que a monografia se debruçaria sobre a investigação acerca da possibilidade de estética em Marx e como ela se apresenta, surgiu a mesma dúvida fundamental: por onde começar?
Marx não escreveu um tratado sobre estética. Todo o projeto filosófico de Marx, porém, apresenta aspectos relevantes ao seu pensamento estético. Isso fez com que suas principais obras estivessem recheadas de passagens sobre o seu pensamento estético. Desde seus Manuscritos Econômico-Filosóficos até sua obra mais madura, O Capital, encontram-se proposições, ideias e aspectos que fundamentam claramente que existe, em Marx, uma concepção própria de estética. A recente publicação dos Grundrisse vem acrescentar ainda mais material literário à grande bagagem deixada por Marx.
Marx, ao iniciar seus estudos nos Manuscritos Econômico-Filosóficos, não buscava nada relacionado à estética. Ao contrário, seu projeto era encontrar a humanidade do homem. Humanidade essa que se teria perdido no momento em que o homem foi forçado a se alienar pela sua sobrevivência. Conforme Vázquez, Era o homem, ou, mais exatamente, o homem social, concreto, que – nas condições econômicas e históricas próprias da sociedade capitalista – se desfaz, se mutila ou nega a si próprio. Essa mutilação do homem, ou perda do humano, se dá precisamente no trabalho, na produção material, isto é, na esfera na qual o homem deveria se afirmar como tal e que tornou possível à própria criação estética. E, buscando o humano, o humano perdido, Marx encontra o estético como um reduto da verdadeira existência humana; não apenas como um seu reduto, mas como esfera essencial.
Assim, era o homem o objeto específico da arte, apesar de nem sempre ser o objeto a ser representado. A arte devolvia ao homem algo de essencial que ele perdeu. A estética passaria a ser o último reduto do humano ao qual o homem tem acesso. Assim, a arte seria uma forma de conhecimento; não de conhecimento científico, mas sim de um conhecimento humano sobre objetos humanizados.

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