A Casa Verde

A Casa Verde (Título Original: La Casa Verde) é o segundo livro escrito pelo peruano Mario Vargas Llosa, publicado em 1966. O livro narra a história de um prostíbulo, construído pelo forasteiro Don Anselmo.

O romance é ambientado num período de 40 anos (do início da década de 20 até a década de 60) em duas regiões do Peru: o bairro de la Mangachería, na cidade de Piura, uma cidade empoeirada perto da costa, no norte; e em Santa Maria de Nieva, uma feitoria e missão religiosa perdida na Amazônia peruana.
A história é dividida em quatro partes, cada uma começa com uma narrativa impressionista sem quebras de parágrafo. Cada peça é então dividida em capítulos (Partes I e III tem quatro capítulos cada; Partes dois e quatro, três). Cada capítulo é dividido em cinco narrativas distintas: Bonifácia na região da selva, Fushia e Aquilino no Marañón, Anselmo em Piura, vários personagens envolvidos em lutas de poder na selva e Lituma e Bonifácia em Piura. A novela termina com um epílogo de quatro capítulos.
Vargas Llosa acrescenta complexidade a esta narrativa, referindo-se a personagens por seu ofício ("o tenente", "nativo", etc.) e por contar a história não cronologicamente (narrativas paralelas podem ter décadas de intervalo). Ele também cria narrativas duplas entre capítulos sem demarcação clara. O efeito é entrelaçar passado e presente e para sugerir uma corrupção e brutalidade onipresente e contínua.
O que me levou a inventar esta história foram as lembranças de um casebre prostibular, pintado de verde, que coloria o areal de Piura no ano de 1946, e da deslumbrante Amazônia de aventureiros, soldados, índios aguarunas, huambisas e shapras, missionários e traficantes de látex e couros que conheci em 1958, numa viagem de algumas semanas pelo Alto Marañón.
Mas, provavelmente, a maior dívida que contraí ao escrevê-la foi com William Faulkner, em cujos livros descobri as feitiçarias da forma na ficção, a sinfonia de pontos de vista, ambiguidades, matizes, tonalidades e perspectivas que uma construção astuta e um estilo bem cuidado podiam dar a uma história.
 Escrevi este romance em Paris, entre 1962 e 1965, sofrendo e desfrutando como um lunático, num hotelzinho do Quartier Latin — o Hotel Wetter — e num sótão da rue de Tournon, ao lado do apartamento onde havia morado o grande Gérard Philippe, a quem o inquilino que me antecedeu, o crítico de arte argentino Damián Bayón, ouviu ensaiar durante muitos dias, horas a fio, uma mesma fala de El Cid de Corneille.

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A Casa Verde (Título Original: La Casa Verde) é o segundo livro escrito pelo peruano Mario Vargas Llosa, publicado em 1966. O livro narra a história de um prostíbulo, construído pelo forasteiro Don Anselmo. O romance é ambientado num período de 40 anos (do início da década de 20 até a década de 60) em duas regiões do Peru: o bairro de la Mangachería, na cidade de Piura, uma cidade empoeirada perto da costa, no norte; e em Santa Maria de Nieva, uma feitoria e missão religiosa perdida na Amazônia peruana.
A história é dividida em quatro partes, cada uma começa com uma narrativa impressionista sem quebras de parágrafo. Cada peça é então dividida em capítulos (Partes I e III tem quatro capítulos cada; Partes dois e quatro, três). Cada capítulo é dividido em cinco narrativas distintas: Bonifácia na região da selva, Fushia e Aquilino no Marañón, Anselmo em Piura, vários personagens envolvidos em lutas de poder na selva e Lituma e Bonifácia em Piura. A novela termina com um epílogo de quatro capítulos.
Vargas Llosa acrescenta complexidade a esta narrativa, referindo-se a personagens por seu ofício (“o tenente”, “nativo”, etc.) e por contar a história não cronologicamente (narrativas paralelas podem ter décadas de intervalo). Ele também cria narrativas duplas entre capítulos sem demarcação clara. O efeito é entrelaçar passado e presente e para sugerir uma corrupção e brutalidade onipresente e contínua.
O que me levou a inventar esta história foram as lembranças de um casebre prostibular, pintado de verde, que coloria o areal de Piura no ano de 1946, e da deslumbrante Amazônia de aventureiros, soldados, índios aguarunas, huambisas e shapras, missionários e traficantes de látex e couros que conheci em 1958, numa viagem de algumas semanas pelo Alto Marañón.
Mas, provavelmente, a maior dívida que contraí ao escrevê-la foi com William Faulkner, em cujos livros descobri as feitiçarias da forma na ficção, a sinfonia de pontos de vista, ambiguidades, matizes, tonalidades e perspectivas que uma construção astuta e um estilo bem cuidado podiam dar a uma história.
 Escrevi este romance em Paris, entre 1962 e 1965, sofrendo e desfrutando como um lunático, num hotelzinho do Quartier Latin — o Hotel Wetter — e num sótão da rue de Tournon, ao lado do apartamento onde havia morado o grande Gérard Philippe, a quem o inquilino que me antecedeu, o crítico de arte argentino Damián Bayón, ouviu ensaiar durante muitos dias, horas a fio, uma mesma fala de El Cid de Corneille.

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