Um Anarquista E Outros Contos

Jósef Teodor Konrad Korzeniowski – ou Joseph Conrad – é o mais ilustre autor polonês de língua inglesa; polonês, mas complicado, porque embora seus pais viessem da Polônia, ele nasceu no que era então uma província ucraniano-polonesa

, então sob domínio russo czarista. Marinheiro, a marinha mercante lhe deu o uso da língua inglesa (já tinha de casa o francês, dos livros do pai), quando ele já contava uns bons vinte e poucos anos; e a cidadania, em 1886. Não é a fórmula que costuma resultar em romancistas brilhantes na Inglaterra, mas esse é o caso extraordinário de Conrad.
Sua história pessoal é, ao mesmo tempo, espantosa e comovente. Com a morte do pai na Cracóvia, Conrad deixa tudo para trás pela aventura. Acompanhando sua biografia, percebemos que estava completamente perdido: por sua queda pelo jogo, gasta sempre o pouco dinheiro que tem, e, desesperado e sem perspectivas, chega a tentar o suicídio. Mas em vez de sucumbir a uma vida que lhe parece gigantesca e fora de controle, Conrad se apega ao mar (gigantesco e fora de controle) e termina sua carreira na marinha mercante inglesa já como capitão. Após uma viagem terrível ao Congo, sua última em serviço, volta doente, de uma doença física e metafísica, e com um famoso e fundamental livro em algum lugar de sua mente, Heart of Darkness [No coração das trevas], em que a parte inexplicável do homem, arcaica e selvagem, ganha uma de suas interpretações mais complexas na figura do capitão Kurtz, que realiza psicologicamente o caminho deformado e deformante de voltar da sociedade ao mito, impregnando uma coisa na outra, como num pesadelo.
Conrad ficou famoso justamente por seus romances, novelas e contos passados em alto-mar, para o que exibia o notável talento de não apenas retratar os aspectos de uma vida assim constituída, mas também a própria linguagem dos marinheiros com quem conviveu por anos. Malcolm Bradbury, em seu panorâmico O mundo moderno: dez grandes escritores, vai direto ao centro nevrálgico da prosa de Conrad quando escreve: “Ele se tornara um escritor inglês, mas o mundo que conhecia era o mundo sem fronteiras, internacional, multilíngüe, do mar”.

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Jósef Teodor Konrad Korzeniowski – ou Joseph Conrad – é o mais ilustre autor polonês de língua inglesa; polonês, mas complicado, porque embora seus pais viessem da Polônia, ele nasceu no que era então uma província ucraniano-polonesa, então sob domínio russo czarista. Marinheiro, a marinha mercante lhe deu o uso da língua inglesa (já tinha de casa o francês, dos livros do pai), quando ele já contava uns bons vinte e poucos anos; e a cidadania, em 1886. Não é a fórmula que costuma resultar em romancistas brilhantes na Inglaterra, mas esse é o caso extraordinário de Conrad.
Sua história pessoal é, ao mesmo tempo, espantosa e comovente. Com a morte do pai na Cracóvia, Conrad deixa tudo para trás pela aventura. Acompanhando sua biografia, percebemos que estava completamente perdido: por sua queda pelo jogo, gasta sempre o pouco dinheiro que tem, e, desesperado e sem perspectivas, chega a tentar o suicídio. Mas em vez de sucumbir a uma vida que lhe parece gigantesca e fora de controle, Conrad se apega ao mar (gigantesco e fora de controle) e termina sua carreira na marinha mercante inglesa já como capitão. Após uma viagem terrível ao Congo, sua última em serviço, volta doente, de uma doença física e metafísica, e com um famoso e fundamental livro em algum lugar de sua mente, Heart of Darkness [No coração das trevas], em que a parte inexplicável do homem, arcaica e selvagem, ganha uma de suas interpretações mais complexas na figura do capitão Kurtz, que realiza psicologicamente o caminho deformado e deformante de voltar da sociedade ao mito, impregnando uma coisa na outra, como num pesadelo.
Conrad ficou famoso justamente por seus romances, novelas e contos passados em alto-mar, para o que exibia o notável talento de não apenas retratar os aspectos de uma vida assim constituída, mas também a própria linguagem dos marinheiros com quem conviveu por anos. Malcolm Bradbury, em seu panorâmico O mundo moderno: dez grandes escritores, vai direto ao centro nevrálgico da prosa de Conrad quando escreve: “Ele se tornara um escritor inglês, mas o mundo que conhecia era o mundo sem fronteiras, internacional, multilíngüe, do mar”.

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