Corpo E Consumo: Roteiro De Estudos E Pesquisas

A razão de publicarmos este livro foi oferecer aos interessados na reflexão sobre as relações entre o corpo e a cultura um roteiro bibliográfico que pudesse ser utilizado tanto para iniciação quanto para desenvolvimento dos seus estudos e pesquisas.

Nossa ideia foi simplesmente propiciar aos investigadores do tema algo que não tivemos e que ao preço de grande esforço conseguimos reunir ao longo de muitos anos – sobretudo esforços realizados em tempos anteriores à internet, quando iniciamos nossas pesquisas.
O eixo central desse levantamento bibliográfico é o corpo. Evidentemente não aquele corpo biológico e medicalizado que as narrativas midiáticas e o senso comum querem fazer crer que corresponda à totalidade do fenômeno. Falamos aqui do corpo como a matéria-prima na qual a cultura imprime seu modo de vida. Como veremos no primeiro capítulo do livro, um corpo que não se sustenta biologicamente e que se constrói pela cultura. Abandonado à sua própria sorte ou destino biológico, sem que qualquer intervenção da cultura incida sobre ele, o corpo humano encontrará em pouco tempo seu irremediável destino de morte. Um corpo que ao nascer é capaz apenas de uma coisa: gritar, como quem expressa sua única possiblidade de manter-se vivo, fazendo com que a cultura, traduzida pela ação de mãe, pai, parente, instituição ou qualquer outro, permita-lhe viabilizar-se. Corpo que se constrói pela cultura e na qual ela por sua vez exprime sua materialidade e perpetua-se no tempo.
Esse é o corpo como matéria simbólica moldada por toda e cada cultura como sua primeira e mais fundamental realização. Por isso esse corpo pode ser muita coisa, além do que supõe sua evidência física. Na cultura moderno-contemporânea ele é, primordialmente, produção e consumo. No primeiro caso, como mão de obra e força de trabalho; no segundo, como suporte para um conjunto de atividades de consumo que elaboram, constroem, refinam, embelezam, juvenilizam, revestem, movimentam, masculinizam ou feminilizam esse corpo através dos inumeráveis bens de consumo e estilos de vida que lhes estão associados. Em certo sentido, o corpo é tanto bem de consumo ele mesmo quanto suporte privilegiado para a materialização de quase todos os outros bens. Por essa centralidade da relação entre os corpos e o consumo em nossa cultura, o título desse livro é Corpo e Consumo.

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A razão de publicarmos este livro foi oferecer aos interessados na reflexão sobre as relações entre o corpo e a cultura um roteiro bibliográfico que pudesse ser utilizado tanto para iniciação quanto para desenvolvimento dos seus estudos e pesquisas. Nossa ideia foi simplesmente propiciar aos investigadores do tema algo que não tivemos e que ao preço de grande esforço conseguimos reunir ao longo de muitos anos – sobretudo esforços realizados em tempos anteriores à internet, quando iniciamos nossas pesquisas.
O eixo central desse levantamento bibliográfico é o corpo. Evidentemente não aquele corpo biológico e medicalizado que as narrativas midiáticas e o senso comum querem fazer crer que corresponda à totalidade do fenômeno. Falamos aqui do corpo como a matéria-prima na qual a cultura imprime seu modo de vida. Como veremos no primeiro capítulo do livro, um corpo que não se sustenta biologicamente e que se constrói pela cultura. Abandonado à sua própria sorte ou destino biológico, sem que qualquer intervenção da cultura incida sobre ele, o corpo humano encontrará em pouco tempo seu irremediável destino de morte. Um corpo que ao nascer é capaz apenas de uma coisa: gritar, como quem expressa sua única possiblidade de manter-se vivo, fazendo com que a cultura, traduzida pela ação de mãe, pai, parente, instituição ou qualquer outro, permita-lhe viabilizar-se. Corpo que se constrói pela cultura e na qual ela por sua vez exprime sua materialidade e perpetua-se no tempo.
Esse é o corpo como matéria simbólica moldada por toda e cada cultura como sua primeira e mais fundamental realização. Por isso esse corpo pode ser muita coisa, além do que supõe sua evidência física. Na cultura moderno-contemporânea ele é, primordialmente, produção e consumo. No primeiro caso, como mão de obra e força de trabalho; no segundo, como suporte para um conjunto de atividades de consumo que elaboram, constroem, refinam, embelezam, juvenilizam, revestem, movimentam, masculinizam ou feminilizam esse corpo através dos inumeráveis bens de consumo e estilos de vida que lhes estão associados. Em certo sentido, o corpo é tanto bem de consumo ele mesmo quanto suporte privilegiado para a materialização de quase todos os outros bens. Por essa centralidade da relação entre os corpos e o consumo em nossa cultura, o título desse livro é Corpo e Consumo.

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